Servidores protestam em Curitiba contra mudanças na previdência
Funcionalismo público do Paraná quer a retirada do projeto de lei que altera alíquotas e regras para aposentadoria
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 03 de dezembro de 2019
Funcionalismo público do Paraná quer a retirada do projeto de lei que altera alíquotas e regras para aposentadoria
Reportagem local
A gestão do governador Ratinho Júnior (PSD) enfrenta protesto dos servidores estaduais nesta terça-feira (3), em Curitiba, no segundo dia de paralisação da rede estadual de ensino. Segundo a APP-Sindicato (que representa os professores e funcionários das escolas estaduais), outras categorias aderiram ao movimento e marcharam da Praça 19 de Novembro até o Palácio Iguaçu, pedindo que o governo retire da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) projetos de lei que alteram a aposentadoria dos servidores.
No período vespertino, os manifestantes pretendem acompanhar a sessão da Alep e, às 16h, professores e funcionários de escolas fazem assembleia para deliberar se a categoria se mantém em greve ou retorna à atividade.
Segundo a APP, 80% das escolas estaduais do paraná aderiram total ou parcialmente à paralisação nesta terça. A Seed (Secretaria Estadual de Educação) diz que, no período da manhã, havia detectado adesão total à paralisação em 61 unidades e adesão parcial em outras 344 das 2.143 escolas estaduais do Paraná (18,9%).
Nesta segunda (2), a APP calcula adesão de cerca de 50% dos servidores da educação à paralisação - são 120 mil funcionários em todo o Estado, entre professores e técnicos.
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PROTESTO
Os servidores estaduais foram às ruas contra a proposta de alteração na previdência dos servidores sem o consentimento dos trabalhadores. a percepção das categorias é que a proposta do governo aumentar a contribuição, o tempo de serviço e reduz o valor das aposentadorias de policiais, professores, funcionários de escola. “Os mais baixos salários são os que mais irão ter desconto e ainda terão que trabalhar mais. Até dos aposentados o governador quer cobrar contribuição. O governo nos empurra para uma greve quando gostaríamos de estar encerrando o ano letivo nas escolas”, afirma Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.
Os educadores também exigem a manutenção do Ensino Médio Noturno e da Educação de Jovens e Adultos, modalidades ameaçadas de encerramento pelo empresário Renato Feder, atual secretário de educação.
Por volta das 14h50, manifestantes conseguiram empurrar grade e entrar na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). Eles protestam contra a reforma da previdência estadual e pedem a retirada dos três projetos, sendo uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) e dois projetos de lei, que alteram a previdência estadual.
Em seguida, às 15h10, os manifestantes no local conseguiram também derrubar a grade do comitê de imprensa. Neste momento, policiais responderam com spray e gás. O clima é tenso na Alep. Assista:
Em nota, a assessoria de imprensa do governo do Paraná afirma que as alterações propostas na previdência dos servidores estaduais seguem a legislação aprovada no Congresso Nacional e que as medidas estancariam o aumento do déficit no caixa para pagamentos de aposentados e pensionistas. (Com informações de Mariana Franco Ramos)
(Atualizada às 16h14)

