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Sem pediatras, PS do Hospital Infantil fecha oito vezes em 13 dias

Falta de plantonistas faz com que crianças sejam transferidas para outros locais, que também estão superlotados

ATUALIZAÇÃO
13 de maio de 2022

Rafael Machado - Grupo Folha
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Sem pediatras, PS do Hospital Infantil fecha oito vezes em 13 dias

O Hospital Infantil de Londrina vive um drama para tentar preencher as escalas de pediatria no pronto-socorro. Até esta sexta-feira (13), o setor teve que ser fechado oito vezes em maio. A contagem foi feita a partir de comunicados enviados pela direção da unidade ao Samu e a Central de Leitos e Interserviços, que abrange 97 cidades da região.

Nas mensagens, que foram obtidas pela FOLHA, a enfermeira-chefe do Infantil pede que aos órgãos que fazem transferências de pacientes que "encaminhem os mesmos a outro serviço hospitalar, pois não temos condições técnicas no momento de receber e dar assistência adequada a novos casos".

A reportagem apurou que o pronto-socorro fechou temporariamente nos dias 1°, 2, 5, 6, 7, 8, 12 e 13 de maio. Os horários alternam entre manhã, tarde e noite. A suspensão geralmente dura sete horas. O hospital, que pertence à Iscal (Irmandade da Santa Casa de Londrina), atende casos de alta complexidade. O atendimento voltou ao normal na tarde desta sexta. 

COBRANÇA

O problema fez com que a Secretaria Municipal de Saúde notificasse o Infantil a "tomar providências". Segundo a pasta, "os comunicados de ausência do pediatra tem sido cada vez mais frequente, dificultando o processo de encaminhamento de crianças que necessitam de atendimento em alta complexidade, e, consequentemente, sobrecarregando outro prestado e o PAI (Pronto Atendimento Infantil). 

Procurada, a assessoria de imprensa da entidade se manifestou apenas por nota, que diz:

"O Hospital Infantil conseguiu resolver uma parte da escala de plantões, mas a escassez de médicos especialistas em pediatria na cidade está dificultando solucionar o problema por completo nesse momento. Independente das dificuldades, a diretoria do Hospital continua empenhada diariamente na busca de pediatras disponíveis para assumir os plantões em aberto na escala."

CAOS NO PAI

No PAI, a situação é semelhante. Depois de bastante cobrança, a Prefeitura de Londrina anunciou a contratação de uma terceirizada para preencher os plantões médicos. Segundo o acordo emergencial, a empresa Avive Gestão de Serviços Médicos deve fornecer 1.920 horas por mês para suprir a falta de pediatras.

O serviço estava previsto para começar na última terça-feira (10), mas a instituição teria preenchido apenas 36 horas do total contratado pelo Município. "Notificamos a Avive para que ela possa cumprir o que consideramos como escala ideal. É necessário organização o mais rápido possível. Estamos falando com outros hospitais para que o PAI não fique ainda mais sobrecarregado", comentou em entrevista coletiva. 

A reportagem não conseguiu contato com a empresa. 

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