De janeiro a dezembro, foi quase um sobressalto a cada mês.

2022 exigiu do Brasil e do mundo a força que, muitas vezes, fomos buscar no outro. Só coletivamente é possível assimilar perdas e acontecimentos intensos.

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Se com as vacinas, o controle da pandemia do novo coronavírus restituiu ao mundo a tranquilidade perdida nos dois anos anteriores, a guerra da Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, veio para mostrar que, em pleno século 21, um conflito de grandes proporções pode assombrar mais de um continente. Com armas potentes e estratégias do século 20, a Rússia se impôs como um país capaz de perturbar desde a vizinhança até os EUA, do outro lado do planeta.

Enquanto o conflito mundial exibia bombardeios concretos, o Brasil construiu um conflito ideológico que dividiu o País por causa das eleições presidenciais. Com Lula eleito presidente, em 31 de outubro, ainda há estertores sinalizando que a oposição respira e, os últimos acontecimentos - antes da posse presidencial - também demonstram que, por aqui, a guerra ainda não acabou.

Com a posse do novo presidente, neste 1º de janeiro, um processo de reconstrução também põe na mesma mesa representantes da população que nunca se sentaram antes para o banquete. A indicação de Sonia Guajajara , da etnia guajajara/tenetehara, do Maranhão, para o recém-criado Ministério Indígena, demonstra que o País começa a pagar uma dívida de mais de 500 anos, não para o FMI, mas para os povos originários. Não era sem tempo.

O ano também foi de muitas perdas. A cultura nacional chorou as mortes de Elza Soares, Jô Soares, Gal Costa, Rolando Boldrin e Erasmo Carlos, só para citar os grandes de um panteão onde também se avista a ausência de personalidades de outras áreas. Mas numa retomada da cultura, a falta desses ídolos que marcaram gerações tornam, sim, o Brasil mais triste.

O mundo também viu a morte de um ícone que brilhou desde o século 20: a Rainha Elizabeth II, símbolo de uma realeza, anacrônica para muita gente, que conseguiu conquistar corações e mentes desde que assumiu um país em crise após a Segunda Guerra. Ela faleceu como a última rainha contemporânea capaz de arrastar multidões em vida e num cortejo fúnebre.

O Brasil também chora a morte de um rei em 2022: Pelé se foi, deixando para trás um rastro luminoso de memórias, passes, dribles, gols de cabeça. Um repertório de jogadas geniais que fizeram dele o atleta que levou o Brasil a ser conhecido no mundo. Uma grandeza que se equivale a uma galáxia, como aquela pintada de verde-amarelo pela Nasa no dia de sua morte na última quinta-feira (29), quando astrônomos reverenciaram a memória do menino que nasceu pobre e se tornou majestade.

Se fossemos pedir uma trégua ao final de 2022, talvez pedísssemos a permanência de Pelé entre nós.

Mas 2022 se consagra, definitivamente, como o ano em que entregamos nossos ídolos à eternidade. Da música ao futebol, sentiremos sua falta, mas também sua presença como exemplo de conquista para começar 2023 com esperança, ao som de um samba, no meio de uma torcida perene e imaginária.

Acompanhe, em retrospectiva, as principais notícias do Brasil, do mundo, do Paraná e de Londrina, nossa razão de fazer diariamente um jornalismo ágil e responsável.

Feliz Ano Novo!

A  vazão de água das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, bateu recorde com 13,7 milhões de litros por segundo em outubro
A vazão de água das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, bateu recorde com 13,7 milhões de litros por segundo em outubro | Foto: Anderson Coelho/Ishoot/Folhapress
De forma súbita para os fãs que não sabiam que ela estava doente, Gal Costa faleceu em 9 de novembro
De forma súbita para os fãs que não sabiam que ela estava doente, Gal Costa faleceu em 9 de novembro | Foto: Ale Frata/ Live Images/ Código 19
Ídolo da música brasileira desde os tempos da Jovem Guarda, Erasmo Carlos faleceu em 22 de novembro, 13 dias depois de Gal
Ídolo da música brasileira desde os tempos da Jovem Guarda, Erasmo Carlos faleceu em 22 de novembro, 13 dias depois de Gal | Foto: Ana Carolina Fernandes/ Folhapress
Jô Soares faleceu em 5 de agosto, deixando o Brasil consternado sem o "beijo do Gordo"
Jô Soares faleceu em 5 de agosto, deixando o Brasil consternado sem o "beijo do Gordo" | Foto: Bruno Santos/ Folhapress
2022 foi o ano da Copa, o Brasil não chegou ao hexa, mas a vitória da Argentina foi uma alegria para um país em crise
2022 foi o ano da Copa, o Brasil não chegou ao hexa, mas a vitória da Argentina foi uma alegria para um país em crise | Foto: Paul Ellis/ AFP
Em 2022, o LEC fez a torcida sonhar com a vaga na série A, a ponto do técnico Adilson Batista vestir até a cabeça do mascote do Tubarão
Em 2022, o LEC fez a torcida sonhar com a vaga na série A, a ponto do técnico Adilson Batista vestir até a cabeça do mascote do Tubarão | Foto: Ricardo Chicarelli/Londrina EC
O controle da pandemia da Covid-19 permitiu a volta dos grandes eventos, entre eles a realização da 60ª edição da ExpoLondrina, adiada por dois anos
O controle da pandemia da Covid-19 permitiu a volta dos grandes eventos, entre eles a realização da 60ª edição da ExpoLondrina, adiada por dois anos | Foto: Roberto Custódio/ Arquivo Folha
O presidente Jair Bolsonaro visitou a Expo Londrina em abril de 2022
O presidente Jair Bolsonaro visitou a Expo Londrina em abril de 2022 | Foto: Gustavo Carneiro
Ainda pré-candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva veio a Londrina, em março, para visitar o assentamento Eli Vive, do MST, em Lerroville
Ainda pré-candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva veio a Londrina, em março, para visitar o assentamento Eli Vive, do MST, em Lerroville | Foto: Gustavo Carneiro/Arquivo Folha
No governo Lula, Sônia Guajajara foi indicada para o primeiro Ministério Indígena da história do Brasil, já não era sem tempo
No governo Lula, Sônia Guajajara foi indicada para o primeiro Ministério Indígena da história do Brasil, já não era sem tempo | Foto: Evaristo Sá/ AFP
A Rainha Elizabeth II faleceu em 8 de setembro de 2022, depois do reinado mais longo da história no trono britânico
A Rainha Elizabeth II faleceu em 8 de setembro de 2022, depois do reinado mais longo da história no trono britânico | Foto: AFP
Em 24 de fevereiro de 2022, tropas da Rússia invadiram a vizinha Ucrânia e iniciaram um conflito que até agora não tem perspectiva de negociação de paz.
Em 24 de fevereiro de 2022, tropas da Rússia invadiram a vizinha Ucrânia e iniciaram um conflito que até agora não tem perspectiva de negociação de paz. | Foto: Ihor Thachev/AFP
A perda do rei Pelé, nos últimos dias de 2022, trouxe a tristeza nacional e a certeza de que aqui também tivemos a majestade de um craque que levou o Brasil para o mundo
A perda do rei Pelé, nos últimos dias de 2022, trouxe a tristeza nacional e a certeza de que aqui também tivemos a majestade de um craque que levou o Brasil para o mundo | Foto: Nelson Almeida/ AFP
Na rua Santos com a Pio XII, a casa de dois andares que pertenceu a José Garcia Molina, um dos pioneiros de Londrina, foi demolida em abril
Na rua Santos com a Pio XII, a casa de dois andares que pertenceu a José Garcia Molina, um dos pioneiros de Londrina, foi demolida em abril | Foto: Roberto Custódio/ Arquivo Folha
Uma casa feita de peroba-rosa foi levada por ladrões na zona leste de Londrina. Testemunhas viram a demolição, sem imaginar que era uma ação criminosa.
Uma casa feita de peroba-rosa foi levada por ladrões na zona leste de Londrina. Testemunhas viram a demolição, sem imaginar que era uma ação criminosa. | Foto: Roberto Custódio/6-9-2022
Obra da trincheira, na Leste-Oeste com a Rio Branco, gera transtornos há dois anos; deveria ser concluída em janeiro de 2023, mas prazo foi estendido para julho
Obra da trincheira, na Leste-Oeste com a Rio Branco, gera transtornos há dois anos; deveria ser concluída em janeiro de 2023, mas prazo foi estendido para julho | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha
O fato de ter perdido a visão há nove anos não impediu José Marcelino, 65, de alcançar o sonho de ser aprovado em direito na UEL
O fato de ter perdido a visão há nove anos não impediu José Marcelino, 65, de alcançar o sonho de ser aprovado em direito na UEL | Foto: Gustavo Carneiro/ 22-04-2022/ Arquivo Folha
A primeira escola pública bilíngue do Paraná, foi criada em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), e contou com a colaboração de professores e estudantes da Pós-graduação da UEL
A primeira escola pública bilíngue do Paraná, foi criada em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina), e contou com a colaboração de professores e estudantes da Pós-graduação da UEL | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

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