Motoristas paranaenses têm enfrentando problemas nas estradas nas últimas semanas. Devido às fortes chuvas, muitas rodovias estaduais e federais sofreram danos. As interdições parciais e totais deixaram o trânsito lento em alguns trechos, como na descida para o Litoral, causando transtornos para os motoristas e caminhoneiros. Esses problemas podem trazer prejuízos no transporte da safra agrícola até o Porto de Paranaguá, conforme mostrou reportagem da FOLHA desta quinta-feira (16) "Interdições na BR-277 podem gerar prejuízo de R$ 600 milhões com a soja" (Economia/pág 14).

Leia mais: https://www.folhadelondrina.com.br/economia/interdicoes-na-br-277-podem-gerar-prejuizo-de-r-600-mi-com-a-soja-3229642e.html?d=1


Com o fim da concessão dos pedágios, em novembro de 2021, a manutenção das estradas paranaenses ficou a cargo do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), nas vias estaduais, e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), nas federais.


Procurado pela FOLHA, o DER/PR (Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná) informou que, no momento, mais 30 obras rodoviárias estão em andamento, além de dezenas de contratos de conservação do pavimento em todas as regiões do Estado. “A execução dos serviços busca reduzir ao mínimo possível o impacto aos usuários, buscando sempre que possível manter ao menos uma faixa de rolamento aberta ao tráfego”, diz o órgão.


Entre as rodovias estaduais que tiveram danos causados pelas chuvas e necessitaram de intervenções estão a PR-182, entre Salgado Filho e Flor da Serra do Sul, a PR-170, entre Bituruna e Pinhão, a Estrada da Graciosa (PR-410), entre Morretes e Quatro Barras, a PR-090, em Campo Largo, a PR-082, entre Douradina e Ivaté, e a PR-340, em Tibagi.


Além dessas, a PR-492, em Tamboara, teve afundamento no pavimento e a PR-445, em Londrina, sofreu rachaduras no acostamento (leia mais nesta edição). “Em ambos os casos serão realizadas sondagens e levantamentos para verificação da causa do dano, não sendo possível atribuir à chuva no momento”, completa o DER.


O MPPR (Ministério Público do Paraná) se manifestou nesta quinta-feira (16) e disse que a estrutura da PR-492 é objeto de uma ação civil pública ajuizada pelo órgão. “O MPPR cobra, entre outros pontos, a elaboração e execução de projeto de engenharia para a drenagem adequada de águas pluviais, de modo a evitar a erosão no local, bem como a execução de obras para a recuperação de áreas já afetadas”, diz o MPPR.

Leia também: https://www.folhadelondrina.com.br/geral/trecho-da-pr-445-e-parcialmente-interditado-para-conserto-de-rachadura-3229661e.html?d=1


Em Londrina, o Crea-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) informou que vai fiscalizar as rachaduras da PR-445. A equipe do conselho irá ao local nesta sexta-feira (17) e fará um relatório do sinistro, incluindo registro fotográfico e coleta de informações. “Após isso, os fiscais abrirão um processo com solicitação de manifestação do DER, a respeito do levantamento de causas e medidas a serem tomadas, e para apurar a responsabilidade dos profissionais envolvidos na elaboração do projeto, execução da obra, fiscalização da obra ou manutenção do trecho”, diz o órgão.



FEDERAIS
Procurado pela reportagem, o Dnit afirmou, através de sua assessoria, que não realiza levantamento de estradas com problemas ou do número de interdições ocorridas, mas atualizou a situação das obras emergenciais que estão em andamento.


No Km 33,5 da BR 277, em que houve o afundamento do asfalto, há uma interdição de 1,1 quilômetro na descida da serra e o tráfego segue por um desvio. No último sábado (11), foi feita a instalação de tachões no eixo do desvio. O departamento aponta que os técnicos já concluíram os levantamentos de topografia e que, na quarta-feira (15), as equipes realizaram “ensaios de sondagem do solo em diversos pontos para avaliar a melhor solução no trecho”.


Perto dali, no Km 42, que sofreu com as chuvas no final do ano passado, as equipes estão fazendo a contenção da encosta com telas de barreira, chumbadores e hastes. Cerca de 60% da obra já foi concluída. “A expectativa é que os trabalhos de recuperação continuem até o fim de março. O tráfego de veículos ocorre em pista simples nos dois sentidos, Curitiba e Paranaguá”, diz em nota o Dnit.


O governo do Estado, através do DER/PR, realizou obras no Km 39 da BR-277, que já foram concluídas, e atua no Km 41 da rodovia, com os serviços entrando na fase final. O Dnit explica que foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica para recuperação dos trechos afetados pelas chuvas em 2022.


No Km 28 da BR-277, na ponte sobre o Rio Pitinga, uma trinca foi identificada na terça-feira (14), mas os técnicos do departamento avaliaram que há “apenas desgastes do pavimento e uma trinca transversal no encabeçamento da ponte situada na pista crescente” e que o problema é comum em viadutos “que não possuem a chamada laje de transição”. Não será necessário, neste momento, interditar parcial ou completamente o trecho.


O Dnit ainda cita que a ponte do Ubá, na BR-153, entre Jacarezinho e Santo Antônio da Platina, está em situação de alerta e que caminhões devem passar com velocidade reduzida.

BR 376
Na quarta-feira, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e o Dnit desviaram o trânsito do Km 136 da BR-376, em Nova Esperança, devido a uma obra emergencial em um viaduto. O departamento afirmou, em nota, que os trabalhos para “recomposição da descida d’água” foram concluídos nesta quinta-feira e a via liberada.


Entre domingo (12) e segunda-feira (13), a BR-376, no trecho entre o Paraná e Santa Catarina, foi bloqueada preventivamente pela PRF. As fortes chuvas no local motivaram a interdição visando a segurança dos usuários da via.

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