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Acusado de cometer dois assassinatos em junho em Sertanópolis, Victor Hugo Fernandes, 22 anos, conhecido como "Gugu", acumulou mais um antecedente em sua ficha criminal. Ele foi condenado por desacatar a juíza Karina de Azevedo Malaguido, titular da Vara Criminal da cidade, durante uma audiência que apurava a rebelião provocada na cadeia pública em janeiro de 2019.
Como se declarou suspeita para julgar o processo, a magistrada repassou o caso para o juiz substituto Lincoln Horacio, responsável pela condenação. Segundo a decisão, ele deverá cumprir pena em regime semiaberto e seguir uma série de obrigações, como ficar em casa das 18h às 6h. Porém, como está detido pelos homicídios que teria praticado, a medida não deve ser aplicada neste momento.
Os xingamentos foram feitos durante uma audiência de instrução em novembro do ano passado. No vídeo que a FOLHA teve acesso, a juíza concede a palavra para o detento se defender. Ele aproveita a oportunidade e começa a reclamar das condições da carceragem, anexa à delegacia. O imóvel foi construído na década de 40 e vive superlotado. Segundo o delegado Damião Benassi Júnior, a unidade tem capacidade para 14 pessoas, mas comporta atualmente 50.
Em seguida, Fernandes, que admitiu ter ajudado a danificar o presídio durante o motim, xinga a magistrada. Ela encerra a sessão e comunica que o rapaz continuaria preso. Além do desacato, o réu foi sentenciado por ter destruído as estruturas da prisão. Na mesma ação, o juiz Lincoln Horacio absolveu outros 18 detentos envolvidos na tentativa de fuga.
O prejuízo provocado pelos detentos ficou em R$ 4,5 mil, mas nenhum deles, conforme a decisão de primeira instância, terá que indenizar o Estado. O advogado Cássio Alves dos Santos, que defende Victor Hugo Fernandes neste processo, informou apenas que pediu a pena mínima para seu cliente.