Apesar da classificação de 'risco muito alto' de infecção pelo novo coronavírus em Londrina, o prefeito Marcelo Belinati (PP) descartou a adoção de medidas mais restritivas e minimizou a análise do indicador da bandeira roxa de forma isolada. Em live realizada nas redes sociais na noite deste sábado (30), o prefeito afirmou que “Londrina nunca usou a questão da bandeira”.

“Tanto não usou que, em setembro, as bandeiras mostravam que a gente tinha que abrir tudo. Isso é apenas mais um indicador, índice feito pelo Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde] e serve como parâmetro, mas outros parâmetros são analisados. Analisamos dia a dia, semana a semana. Temos uma equipe técnica da prefeitura, acompanhada por estatísticos da UEL [Universidade Estadual de Londrina] que fazem todos os cálculos e nos permitem entender o que nós vamos precisar nas semanas subsequentes. [...] Esse não é um índice fidedigno. É mais um indicador”, argumentou.

A classificação foi feita pelo grupo de especialistas que integram o Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública). O trabalho da equipe costumava ser exaltado pelo prefeito no início da pandemia.

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Janeiro é o mês com mais casos confirmados da doença. Entre o dia 1º até este sábado (30), 8.361 pessoas foram diagnosticadas com Covid-19. Ao todo, 130 mortes foram divulgadas no mesmo período. Em dezembro, o número de casos positivos foi de 6.734. Em setembro, a quantidade de confirmações foi de 4.296.

“Em setembro tivemos um número muito grande de casos gravíssimos de Covid. Foi quando fizemos a Lei Seca porque identificamos que 50% dos contaminados eram jovens e estavam passando para os familiares. Agora é uma consequência das festividades e encontros familiares de final de ano. A nossa expectativa é que nas próximas semanas ocorra um declínio dos casos”, afirmou Belinati.

A cidade chegou a 30.234 casos confirmados, sendo 330 neste sábado. Do total, 29.291 são considerados recuperados e 569 pessoas morreram. O último óbito registrado foi de uma idosa, de 86 anos, que faleceu nesta sexta-feira. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a paciente não possuía outras comorbidades.

A quantidade de leitos de UTI Covid SUS para o atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação da doença foi ampliada na última semana. Conforme o prefeito, dez novos leitos foram contratados no Hospital do Coração e Londrina passou a contar com um total de 106.

Mesmo com a ampliação, a taxa de ocupação dos leitos estava em 86% neste sábado com 91 pacientes internados. Os 96 leitos de enfermaria Covid SUS estava com 84 pacientes até o fechamento do boletim divulgado pelo município.

Questionado sobre a possibilidade de volta às aulas, o prefeito, acompanhado do secretário Municipal de Saúde, Felippe Machado, reforçou que as aulas presenciais permanecem suspensas até 28 de fevereiro. Porém, são permitidos atendimentos individualizados, atividades extracurriculares, atendimentos para crianças em situação de vulnerabilidade social e para estudantes que apresentam dificuldade de aprendizagem.

“Entendo, respeito a dificuldade financeira das escolas, mas não dá para voltar agora. A hora que for possível voltar, as aulas vão voltar. O plano de retorno está pronto. [...] Vamos continuar seguindo a ciência e a medicina”, afirmou.