O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta-feira (7) que a pasta assinou um contrato para a compra de 100 milhões de doses da Coronavac - imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Trata-se do mesmo imunizante que o prefeito Marcelo Belinati havia divulgado, em dezembro do ano passado, que seria adquirido pela Prefeitura de Londrina. Na terça-feira (5), Belinati reafirmou que recebeu o o protocolo de intenções. “Estou assinando e vou enviá-lo para o Butantan e eles vão assinar e enviar de volta para nós", explicou.

"Nós conseguimos a vacina do Brasil, que vai salvar milhões de brasileiros. Temos a vacina em solo, em condições de começar a vacinação", disse o governador João Doria (PSDB-SP).
"Nós conseguimos a vacina do Brasil, que vai salvar milhões de brasileiros. Temos a vacina em solo, em condições de começar a vacinação", disse o governador João Doria (PSDB-SP). | Foto: Fotos Públicas/Governo de São Paulo

Com a aquisição pelo Ministério da Saúde, resta saber o que ocorrerá com esse contrato entre a Prefeitura de Londrina e o Instituto Butantan. "Independentemente de onde venha a vacina, ela só será utilizada se os órgãos de saúde do governo federal, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério de Saúde atestarem que é segura para a vida da pessoa e se tem efeito prático em proteger da doença", havia afirmado o prefeito durante a semana. Para Belinati, é possível afirmar que "até mais da metade do caminho para a vacinação já está trilhado".

Imagem ilustrativa da imagem Pazuello anuncia compra de 100 milhões de doses de Coronavac
| Foto: Isac Nóbrega/PR

Os dados divulgados pelo Instituto Butantan e pelo Governo de São Paulo nesta quinta-feira apontam que a Coronavac eficácia de 78% a 100% nos estudos finais realizados no Brasil. Os dados da vacina foram apresentados à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) , quando o Instituto Butantan iniciou as tratativas para oficializar o pedido de uso emergencial do imunizante que irá produzir.

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Depois de haver um choque político entre possíveis planos de vacinação estaduais que seriam realizados separadamente do plano federal, a saída está sendo negociada, e deve envolver a possibilidade de trabalhos conjuntos. O diretor do Butantan, Dimas Covas, teve uma série de reuniões preparatórias na quarta com a agência. Integrantes da área de saúde federal e do governo paulista afirmam que a tendência será pela aprovação.

De acordo com o ministro Pazuello, o contrato prevê que as primeiras 46 milhões de doses serão entregues até abril, e o restante (54 milhões) será repassado pelo instituto paulista ao governo federal no decorrer do ano.

Pazuello afirmou ainda que toda a produção do Butantan será incorporada ao PNI (Plano Nacional de Imunização). "Todas as vacinas serão distribuídas de forma equitativa e proporcional a todos os estados, da mesmo forma que a [vacina] da AstraZeneca".

O ministro argumentou que a celebração do contrato com o Butantan, que vinha em negociação, foi possível após a publicação, na quarta (6), de uma MP (Medida Provisória) que permite a aquisição de imunizantes sem licitação e mesmo antes do registro do produto na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

"Nós conseguimos a vacina do Brasil, que vai salvar milhões de brasileiros. Temos a vacina em solo, em condições de começar a vacinação", disse o governador João Doria (PSDB-SP).

PARANÁ

O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou nesta quinta-feira (7), em visita à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, que a vacinação no Paraná deve começar em janeiro em profissionais de saúde e comunidades indígenas isoladas. A campanha respeitará os critérios do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e as doses que ingressarem no Programa Nacional de Imunização.

“O Paraná está pronto. Temos agulhas, seringas, praticamente dois mil pontos de vacinação e uma logística pronta para os imunizantes chegar nos municípios”, disse Ratinho Junior.

Ele acrescentou que a Secretaria de Estado de Saúde já trabalha esta estratégia em conjunto com as prefeituras e as regionais há bastante tempo. “Teremos toda a logística necessária para distribuir a vacina aos municípios, com todo o apoio necessário”.(Com Folhapress)