Projeto Vida no Trânsito, do Ministério da Saúde, foi adotado em Curitiba e em outras 11 cidades paranaenses
Projeto Vida no Trânsito, do Ministério da Saúde, foi adotado em Curitiba e em outras 11 cidades paranaenses | Foto: César Brustolin/SMCS



Em parceria com Estados e municípios, desde 2010 o Ministério da Saúde desenvolve o Projeto Vida no Trânsito, que planeja ações nos locais mais problemáticos, principalmente em relação a álcool e direção e ao excesso de velocidade ou velocidade inadequada. Nos últimos oito anos, o governo federal investiu R$ 83 milhões no projeto.

Inicialmente, o Vida no Trânsito foi implementado em cinco capitais brasileiras: Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Palmas (TO) e Teresina (PI). Nesses locais, segundo o Ministério da Saúde, houve redução de pelo menos 20% na taxa de mortalidade por acidentes de trânsito. A partir de 2013, a iniciativa foi estendida para as demais capitais e em alguns municípios. No Paraná, o programa foi implementado em 12 cidades.

A criação do projeto foi uma resposta à OMS (Organização Mundial da Saúde), que estabeleceu a Década de Ação para Segurança no Trânsito 2011-2020 com a proposta de reduzir pela metade o número de acidentes de trânsito nos dez países envolvidos. "Estamos finalizando a década e nenhum dos países conseguiu atingir esse percentual", disse a coordenadora do Projeto Vida no Trânsito Paraná, Tânia Mascarenhas. "No Brasil, a redução foi de até 20% e, no Paraná, de cerca de 22%, mas a gente não respondeu. Esse percentual não representa nem a metade da meta", reconheceu.

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A dificuldade de cumprir o Plano de Ação Global traçado pela OMS, disse Mascarenhas, é que os acidentes de trânsito são um problema que envolve diversos setores da sociedade que têm de trabalhar em conjunto, além de exigir uma mudança comportamental dos usuários. "Envolve os setores de engenharia, de fiscalização e implica uma porção de aspectos de mobilidade urbana."

Diante da limitação dos municípios, a OMS decidiu prorrogar para 2030 o prazo para que os municípios alcancem as metas propostas. "Essa problemática vai ser vencida a partir de uma porção de iniciativas em conjunto. A proposta do Projeto Vida no Trânsito é trabalhar não só na prevenção, através das ações educativas, mas também em cima de um estudo que vai averiguar a causa dos acidentes. É promover um entendimento do município de que ele precisa de um plano viário diferenciado", disse Mascarenhas. "Trabalhamos em cima de quatro pilares – engenharia, fiscalização, educação e investigação – e os resultados virão a longo prazo, mas é mais efetivo do que trabalhar a coisa mais imediata sem ter um respaldo mais eficiente das ações."