Apesar de ainda elevados, os acidentes e mortes no trânsito vêm diminuindo nos últimos anos no País, segundo o Ministério da Saúde. Entre 2015 e 2016, os óbitos decorrentes de acidentes caíram quase 10%, de acordo com dados do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade). Em 2015, foram 38.651 mortes contra 34.850 no ano seguinte. Desse total, um terço das vítimas era motociclista, que também representou o maior percentual de internações: 58%. As internações, no entanto, cresceram 14% em 2016 em relação a 2015, saltando de 158.728 para 180.443.

O Ministério da Saúde acredita que a redução das mortes pode estar relacionada à efetividade das ações de fiscalização após a Lei Seca, em vigor desde 2008. "Além de mudar os hábitos dos brasileiros, a lei trouxe um maior rigor na punição e no bolso de quem a desobedece. Com o passar dos anos, a legislação passou por mudanças e ficou mais severa, com o objetivo de aumentar a conscientização de não se misturar bebida com direção", afirma a pasta em nota.

Mesmo com todo o rigor da Lei Seca, no entanto, a coordenadora do Projeto Vida no Trânsito Paraná, Tânia Mascarenhas, afirma que, de um modo geral, a causa mais evidente dos acidentes registrados no Estado é o álcool aliado à alta velocidade. "Embora o uso do celular ao volante apareça com bastante evidência hoje em dia, o que prevalece é o álcool e a velocidade."

O governo federal destaca também a municipalização do trânsito, com a integração do município ao SNT (Sistema Nacional de Trânsito), como um fator fundamental na redução dos acidentes. Nos municípios que adotaram essa estratégia, afirmou o Ministério da Saúde, a redução no número de óbitos foi de 12,8% contra 8,9% nas demais cidades.(S.S.)