A diretoria interina do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança, Vigilância, Serviços Orgânicos e Similares de Londrina e Região realizará uma auditoria para determinar quais os pagamentos de serviços prestados por clínicas médicas serão realizados, já que há uma investigação de possíveis irregularidades nesses contratos.

O presidente da Federação dos Vigilantes do Estado do Paraná, João Soares, que veio a Londrina para aconselhar a nova diretoria do sindicato sobre como deve agir.
O presidente da Federação dos Vigilantes do Estado do Paraná, João Soares, que veio a Londrina para aconselhar a nova diretoria do sindicato sobre como deve agir. | Foto: Vítor Ogawa - Grupo Folha

A orientação partiu do presidente da Federação dos Vigilantes do Estado do Paraná, João Soares, que veio a Londrina para aconselhar a nova diretoria do sindicato, já que a diretoria anterior foi afastada e a atual tomou posse no dia 8, dois dias após a primeira operação realizada contra a instituição pelo Ministério Público, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

A federação representa todos os sindicatos que estão filiados a ela, mas não pode intervir nesses sindicatos sem ordem judicial, por isso está só orientando. "A federação tem papel importante de orientar os sindicatos, mas não participa da vida financeira deles. Só a diretoria do sindicato sabe como funciona a entidade. O inquérito policial que está lá é contra os três membros da diretoria anterior. Vamos aguardar os acontecimentos para ver o que realmente aconteceu. Por enquanto ainda é só suspeita”, declarou Soares.

Soares afirmou que a auditoria é necessária para ver o que a nova diretoria está assumindo daqui para frente. Ele explicou que o sindicato vai contratar um escritório de contabilidade para fazer essa auditoria. “Estamos orientando essa direção provisória a notificar todos os contratos de prestação de serviço de saúde do sindicato e a pegar cópia de cada um deles para ver o que diz. A atual diretoria não tem cópias de nada dos contratos que foram fechados lá atrás.”

A documentação que existia foi levada pelo Gaeco. “A orientação da federação é o rompimento imediato de todos esses contratos e fazer novos contratos com outras unidades de saúde. Se há alguma coisa errada nesses contratos, eles não podem ter continuidade.”

“Se houve serviço prestado, o pagamento tem que ser feito, mas sem a apresentação de comprovantes, esses pagamentos estão suspensos a partir de já. Essa decisão é retroativa a serviços prestados nos últimos 30 dias."

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Ele ressaltou que o inquérito envolve três pessoas, que eram os executivos da entidade da direção anterior, que responderão na Justiça Comum. “Quem vai decidir se a responsabilização será apenas dos três ou de toda a direção do sindicato é o juiz, com a denúncia do MPPR. A diretoria executiva provisória, que assumiu no dia 8, é composta pelo presidente interino, João Carlos Fermino, pelo secretário geral, Marco Antônio dos Santos, e pelo secretário de finanças, Carlos Ribeiro Caládio.

Fermino declarou que foi um dos 23 membros que integrou a diretoria anterior, mas jamais em cargos executivos, de administração do sindicato. Ele explicou que continuou trabalhando como vigilante e não teve contato com as decisões da outra diretoria executiva.

“O balanço era aprovado em assembleia anualmente por todos os sócios e era feito pelo departamento contábil do sindicato. Nunca tínhamos notado anormal. Fomos pegos de surpresa”, declarou. A contabilidade do sindicato era terceirizada e feita mediante a apresentação de notas fiscais e outras despesas e não havia como saber se ela era fria ou não.

Caso os três diretores executivos sejam condenados, a atual diretoria do sindicato entrará com ação para que eles façam o ressarcimento dos valores supostamente desviados.

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