Duas clínicas e um laboratório, nas regiões central e leste de Londrina, foram alvo da segunda fase da operação Sangria, do MP-PR (Ministério Público do Paraná), nesta segunda-feira (24). O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumpriu cinco mandados de busca e apreensão nas sedes das empresas e em duas casas, que são de administradores. As medidas foram autorizadas pelo juízo da 3ª Vara Criminal de Londrina.

Segundo o Ministério Público, as clínicas teriam participação em supostos desvios do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança, Vigilância, Serviços Orgânicos e Similares de Londrina e Região. “Fizemos a análise contábil do sindicato, inclusive, com o apoio da auditoria do MP, e foi constado que diversas clínicas prestam serviços de exames e outras questões de saúde aos sindicalizados. Com isso, verificou-se a possível utilização de documentos falsos e notas frias, que possibilitariam os desvios de verba”, explicou o promotor Leandro Antunes.

LEIA TAMBÉM:
+ Irmã de piloto revela detalhes de operação de resgate

Foram apreendidos computadores e celulares, além de diversos documentos, principalmente as requisições médicas, que era o que possibilitava a realização dos exames. “O que constatamos até agora é que é possível que diversos documentos tenham sido utilizados, como notas superfaturadas. Se uma parte ficava com as clínicas ou não é o que pretendemos responder nas próximas semanas”, comentou.

Foram apreendidos celulares, computadores e documentos
Foram apreendidos celulares, computadores e documentos | Foto: Divulgação

A primeira fase da operação foi desencadeada em 6 de outubro, quando três integrantes da direção do sindicato foram presos. “Constatamos uma movimentação em dinheiro muito grande. Existe uma quebra de sigilo bancário dos dirigentes do sindicato e verificamos muitos saques em dinheiro, compra de veículos e imóveis em dinheiro vivo e isso nos chamou atenção. Coincide os saques com as compras”, destacou.

DESVIO MILIONÁRIO

O ex-presidente, o ex-secretário e o ex-tesoureiro da entidade atualmente estão soltos, mas monitorados por tornozeleira e proibidos de seguir nas funções ou manter contato com outras pessoas da instituição. Eles são investigados pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. A investigação apontou que nos últimos cinco anos teriam sido extraviados dos cofres do Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança, Vigilância, Serviços Orgânicos e Similares cerca de R$ 6,2 milhões.

LEIA TAMBÉM:

+ Nova diretoria do Sindicato dos Vigilantes fará auditoria para determinar pagamentos

“A investigação se baseia nessas pessoas (do sindicato e das clínicas) e nos fatos cometidos por elas. É possível que existam outros envolvidos, o que será eventualmente descortinado ao longo das investigações”, afirmou Antunes. Não houve prisões nesta segunda-feira.

A reportagem não conseguiu respostas ou contato com os representantes das clínicas Lablon e Londriclínica e com o laboratório Delta.

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1.