Londrina  em clima de festa natalina: para as crianças, noites de magia, para os adultos,  diversão e compras
Londrina em clima de festa natalina: para as crianças, noites de magia, para os adultos, diversão e compras | Foto: Isaac Sitta Fontana/ Estadão Conteúdo

Basta passar das 18 horas para a configuração de Londrina mudar. Com as luzes acesas, os olhares começam a se voltar com mais atenção para o clima natalino instalado na cidade. Lugares de pouco movimento em períodos considerados comuns são ocupados, famílias, de vários tipos, durante a noite vão para as ruas, todos de maneira amistosa.

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Clima natalino toma conta do Paraná

A região central da cidade é a que mais vem personificando o Natal de 2019 do segundo maior município do Estado. A avenida Paraná, que costuma ser silenciosa quando o comércio fecha suas portas, vem recebendo uma trilha diferenciada com o horário estendido. Seja das vozes das crianças para ver o Papai Noel, dos vendedores ofertando seus produtos, dos passos rápidos na busca por um presente, chegando até às cantatas e apresentação de grupos locais. A trilha sonora de fim de ano está eclética, assim como Londrina.

Entre uma impressão e outra sobre a iluminação temática, armações de árvores de Natal, caminho iluminado e demais ornamentos, o que não tem faltando são selfies. Casais, pessoas sozinhas, famílias, filhos e sobrinhos, todos querem garantir um registro. “Queremos ter as fotos para postar nas redes sociais. As luzes têm seu romantismo”, brincou o casal de namorados Felipe Santana e Bianca Prado. Pessoas de outras cidades da região também têm comparecido.

Na fachada do antigo Hotel Sahão, na avenida São Paulo, a pintura desgastada de um prédio que já foi o símbolo do crescimento pé-vermelho e que hoje está abandonado, se transformou em telão para projeções. Imagens desejando felicitações para o dia 25 e o ano vindouro citam Jesus Cristo. “Olha que lindo”, advertiu uma idosa na Praça da Bandeira para a filha, distraída em postar o vídeo que gravou. As projeções ainda ocorreram nos dias 16, 20 e 23, sempre às 20h, 20h30 e 21h.

VENDAS

Quem depende de vendas para sobreviver tem aproveitado a dinâmica natalina londrinense. De dentro das lojas ou no boca a boca em via pública, cada um oferta o que pode: panos de prato, milho, lanche, pão de mel, bonecos do Papai Noel. “Tenho ficado até às 22h, 23h, que é quando tem movimento”, relatou Gleiciele Goulart, que está vendendo água e suco de laranja na esquina da avenida Rio de Janeiro. “Sempre estou aqui, mas em dias ‘comum’ encerro o expediente às 18h. É a oportunidade de ganhar um extra”, animou-se.

Entre os carros, motos e ônibus do transporte coletivo, um trenzinho também tem embalado o centro de Londrina. Tendo como maioria dos passageiros crianças, o veículo conta na dianteira com uma animada Minnie, personagem do mundo fictício de Disney, que interage com os que são transportados e aqueles que acenam das calçadas.

Papai Noel atrai centenas de crianças todos os dias em sua casinha montada na Praça da Bandeira
Papai Noel atrai centenas de crianças todos os dias em sua casinha montada na Praça da Bandeira | Foto: Issac Sitta Fontana/ Estadão Contéudo

SEGURANÇA

Próximo ao terminal central, a Praça Rocha Pombo mudou totalmente a atmosfera de insegurança e medo depois de ser palco do assassinato de um jovem recentemente. No chafariz, uma grande estrutura iluminada remete a um presente, como se o espaço público estivesse sendo devolvido à população. A combinação da água com a luz tem rendido belos retratos, assim como algumas bolas espalhadas pela grama.

Moradores do distrito da Warta, zona norte, Eloisa Reis e Levi Costa levaram os filhos, Nicolas, 9, e Vinicius, 5, para verem a decoração. “Só tínhamos visto as árvores que estão nas rotatórias. No centro é a primeira vez que estamos vindo”, afirmaram. “Quando era criança, meu pai e tios me traziam para ver. Quero propiciar isso para meus filhos”, destacou Eloisa. “Quando as pessoas frequentam os espaços a sensação de insegurança se afasta”, constatou Levi.

Mesmo no primeiro contato com os enfeites, a dona de casa Priscila Santos conseguiu emitir uma opinião rápida sobre todo o ambiente formado em Londrina por conta das festas de final de ano. “Gosto muito desta época. Que continue assim daqui para frente e tenham mais atividades, mas durante todo o ano, para que as pessoas usem o espaço que é delas.”

Um dos atrativos mais fortes do Natal de Londrina, as grandes árvores iluminadas estão espalhadas pela cidade
Um dos atrativos mais fortes do Natal de Londrina, as grandes árvores iluminadas estão espalhadas pela cidade | Foto: Issac Sitta Fontana/ Estadão Conteúdo

PERTENCIMENTO DE NORTE A SUL

Da zona norte a sul de Londrina, a decoração de Natal, seja promovida pelo poder público ou populares, tem agregado sentimentos de pertencimento e embelezamento. No lago Igapó, principal cartão postal da cidade, o letreiro “Eu amo o Natal de Londrina” é o ponto de encontro de quem passa pela avenida Higienópolis. Até a caminhada e pedalada ficaram mais atrativas.

No represa do ribeirão Cambezinho, o espelho d’água ganhou uma nova figura em meio aos prédios refletidos: uma árvore natalina tomada pelo dourado. A poucas semanas de dar à luz a Maite, a representante comercial Luana Tagliapietra fez questão de registrar o belo fim de tarde junto ao letreiro. “Achei tudo bárbaro, muito bom. Isso movimenta a cidade, o comércio, as pessoas. No próximo ano a Maite vai estar na foto”, projeta.

De São Bernardo do Campo, em São Paulo, Valéria Abraão veio para Londrina para esperar o nascimento da neta Maite. O clima que encontrou no Norte do Paraná a fez se encantar ainda mais pelo município. “Londrina é uma cidade próspera, de pessoas educadas. Este período do ano é diferente, pensamos no nascimento de Jesus e essas luzes deixam tudo mais bonito”, enalteceu, mencionando a decoração sustentável de Socorro, em São Paulo, sua terra natal.

ZONA NORTE

Na rotatória da avenida Saul Elkind com a rodovia João Carlos Strass, zona norte, a árvore é dez metros menor do que a do Igapó, mantendo o padrão de outras vias públicas, e com acesso arriscado, porém, também tem atraído visitantes. O músico Alexandre Ferreira, atendendo ao pedido do pequeno Antonio Vicente, 2, o levou para conhecer de perto a estrutura. “Gosto bastante no Natal e fazia tempo que não víamos este ambiente na cidade. Está legal, aproveitei para tirar uma foto dele”, apontou.

Já na via mais importante da região, apesar de alguns ornamentos de estrelas e árvores ao longo da extensão da avenida estarem apagados, a movimentação se tornou maior. “Sempre tem bastante gente usando o canteiro central para fazer caminhada ou pedalar. Depois que o comércio começou a abrir até mais tarde, percebi que mais pessoas estão usando aqui”, mencionou o aposentado Aldo Galante, que com frequência atravessa a Saul Elkind do início ao fim a pé.