O delegado Amarantino Ribeiro Gonçalves Neto, 50 anos, novo chefe da 10ª Subdivisão Policial (SDP) de Londrina, enfatizou nesta terça-feira (20), durante entrevista coletiva de apresentação à imprensa, que "tomará imediatamente as providências assim que for identificado qualquer desvio de conduta de servidor da Polícia Civil. Quero ser o primeiro a participar disso".

Imagem ilustrativa da imagem "Não vamos tolerar corrupção", diz novo delegado-chefe de Londrina
| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

A declaração vem em um momento delicado para o órgão em Londrina. Em menos de um ano, foram duas operações da Corregedoria que terminaram no afastamento de 12 agentes, a maioria do setor de Furtos e Roubos da 10ª SDP. Em dezembro do ano passado, sete investigadores foram presos suspeitos de desviar parte de uma carga contrabandeada do Paraguai.

Eles ficaram detidos na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Curitiba até agosto deste ano, quando foram soltos graças a uma decisão unânime da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Além de colocados em liberdade, o grupo teve autorização dos desembargadores para voltarem a trabalhar.

No início deste mês, uma operação conjunta entre Gaeco, Corregedoria e Ministério Público afastou cinco policiais civis apontados por possível recebimento de propina para não autuarem em flagrante clientes de dois advogados, que também são investigados. No dia seguinte à deflagração do trabalho, o delegado Osmir Neves confirmou à FOLHA que estava deixando a chefia da Polícia Civil londrinense.

Procurado na época pela reportagem, ele não foi localizado para explicar os motivos de deixar o cargo. "Jamais seremos coniventes com irregularidades de policiais. Nosso objetivo é nivelar a PC no topo. Vamos valorizar os bons servidores. Já foi dado um basta na corrupção. Se voltar a acontecer, estamos bem atentos para conter eventual desvio", explicou Ribeiro.

O novo comandante da 10ª SDP informou que tem "um discurso bem transparente e direto, baseado no trabalho, valorização e integração". Dos seis anos na PCPR, permaneceu cinco chefiando a 18ª SDP, de Telêmaco Borba, setor que cuida de 10 municípios dos Campos Gerais.

Amarantino Ribeiro tem 21 anos de carreira policial, desses atuou 10 anos como investigador no Estado de Goiás, 5 ocupou a carreira de delegado em Minas Gerais. Durante o período no Paraná, já atuou na Escola Superior da PCPR.