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A jovem que teria abortado a filha e deixado o feto na lixeira do banheiro feminino da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim do Sol, zona oeste, se apresentou espontaneamente na última segunda-feira (7) na Delegacia de Homicídios de Londrina. Acompanhada de seu advogado, ela, que não teve a idade e o nome revelados, negou que o aborto foi intencional. A moça foi identificada pela polícia depois que a prefeitura cedeu as imagens das câmeras de segurança.
"Ela disse que estava grávida de cinco meses, mas a família não sabia. No dia em que tudo aconteceu, sentiu dores e foi até a UPA. Passou pela triagem, sentiu um incômodo na barriga, foi ao banheiro e voltou algumas vezes. Na última ocaisão antes do bebê nascer, as gravações mostra que ela fica perto de cinco minutos lá dentro (banheiro). Falou que a criança nasceu no vaso sanitário e ficou totalmente transtornada quando a pegou. Alegou não saber o que fazer, descartou o feto no lixo e depois foi embora para casa", observou o delegado João Reis.
Ainda durante o interrogatório, a mulher argumentou que sofreu um acidente de carro um mês antes do aborto, o que teria provocado o deslocamento da placenta. "Nesse tempo, ela só foi atendida no dia dessa colisão, mas não fez nenhum pré-natal. O inquérito ainda está no começo. Vamos ouvir familiares dela e funcionários da UPA", relatou o delegado.
Segundo Reis, a jovem, apesar de tudo ter ocorrido em uma unidade de saúde, comentou que não procurou atendimento porque estava muito desesperada. "O feto não parece ter cinco meses e sim um pouco mais. Mas o laudo do IML (Instituto Médico Legal) vai confirmar detalhes importantes, como se a criança nasceu viva". Se essa versão for comprovada e a mãe estiver sob influência do estado puerperal, ela responde por infanticídio, que tem pena de dois a seis anos.
Por outro lado, pode ser processada por homicídio caso o exame não ateste o puerpério, que abrange o período do deslocamento da placenta até o retorno das condições do corpo da mulher na pré-gravidez.