A ameaça de paralisação do transporte coletivo em Londrina não deverá se concretizar. A categoria aceitou propostas das empresas para garantir a manutenção do serviço. Uma assembleia será realizada na manhã desta terça-feira (8) para referendar ou não o resultado da negociação de segunda (7). Os motoristas, no entanto, só poderiam cruzar os braços a partir de quinta (10), por conta do prazo de 72 horas entre o comunicado oficial para a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e a efetiva descontinuidade do atendimento aos usuários. Nesta terça-feira (8), os ônibus circularão normalmente.

Acordo entre empresas e sindicato deve ser aprovado em assembleia dos trabalhadores para que seja ratificado e para que entre em vigor, já que uma assembleia anterior realizada no dia 2 deste mês, já havia decidido pela greve a partir desta terça-feira (8).
Acordo entre empresas e sindicato deve ser aprovado em assembleia dos trabalhadores para que seja ratificado e para que entre em vigor, já que uma assembleia anterior realizada no dia 2 deste mês, já havia decidido pela greve a partir desta terça-feira (8). | Foto: Gustavo Carneiro/Grupo Folha

A assembleia será realizada nas garagens das empresas TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e Londrisul e também nos terminais de ônibus. O acordo foi firmado entre as diretorias do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Londrina) e das empresas de ônibus, na sede da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).

Segundo Osvaldo Alencar, advogado da Londrisul, as empresas, município, CMTU, e Sinttrol chegaram a um “bom termo da negociação”. “Conseguimos. E tudo indica que a greve não acontecerá”, destacou. O acordo prevê a liberação do valor do PPR (Programa de Participação de Resultados) 2020, o pagamento da PPR 2021 e também prevê um aumento de pouco mais de R$ 50 no tíquete refeição, que passará a ser de R$ 375 a partir de 1º de julho.

As empresas defendiam que não seria mais possível pagar a participação nos resultados aos trabalhadores, mas a cláusula foi mantida no acordo. Já o aumento no valor do tíquete refeição, segundo Alencar, foi uma forma de “aumentar um pouco” os vencimentos dos trabalhadores sem impactar no recolhimento das empresas, já que é considerado como uma gratificação para o colaborador e, assim, sobre o seu valor não podem incidir contribuição previdenciária e FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Na negociação foi condicionado que o cumprimento de alguns dos termos por partes das empresas está vinculado ao reequilíbrio contratual e financeiro de 2021 e o pagamento desse valor pelo município.

Em áudio divulgado aos motoristas e cobradores, o presidente do Sinttrol, José Faleiros, disse que o resultado da negociação não era aquilo que ele imaginava, dando a entender que queria um reajuste maior, mas que o que foi oferecido está dentro da razoabilidade. “Depois de meses de negociação nós conseguimos tirar uma proposta”, declarou. Foram horas de negociação entre as partes.

A TCGL e a CMTU preferiram não se pronunciar sobre a reunião. As empresas de transporte coletivo, no entanto, já afirmaram à imprensa anteriormente que a pandemia gerou desequilíbrio financeiro e que vêm mantendo a operação do sistema com recursos financeiros por meio de empréstimos.

Se a assembleia rejeitar o acordo, será a terceira paralisação do ano, já que os funcionários que atuam no transporte urbano pararam por quase quatro dias pelo atraso no adiantamento salarial em janeiro. Já no dia 9 de abril houve nova paralisação, desta vez de cinco dias, decorrente do atraso do pagamento de salário referente a março, que deveria ter sido creditado no quinto dia útil. Naquele mês, após a negociação, as empresas assumiram o compromisso de pagar o adiantamento salarial e acataram o pedido de retomada das negociações salariais de 2021.

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