Brasília - O Ministério da Justiça mandou 33 empresas suspenderem a venda de cigarros eletrônicos. A pasta determinou que os estabelecimentos deixem de comercializar o produto em 48 horas sob pena R$ 5.000 por dia.

Mesmo proibidos, estes dispositivos são facilmente encontrados no comércio popular ou podem ser comprados pela internet
Mesmo proibidos, estes dispositivos são facilmente encontrados no comércio popular ou podem ser comprados pela internet | Foto: iStock

A decisão da Secretaria Nacional do Consumidor, que é vinculada ao ministério, foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (1º). O órgão afirma que a "comercialização, importação e propaganda" dos cigarros eletrônicos são proibidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009.

De acordo com a secretaria, a venda de cigarro eletrônico é "proibida pela legislação sanitária e não atende às certificações dos órgãos competentes de segurança para serem comercializadas". A ordem é dada a empresas que vão desde tabacarias a grandes sites de compra e venda na internet. "Venda de produtos em lojas regulares, com aparência de legalidade", afirma o órgão, que também cita "riscos à vida e à saúde do consumidor".

Menciona, ainda, o "aumento exponencial da comercialização e consumo dos produtos pelo público jovem". Em julho deste ano, a Anvisa manteve a proibição de comercialização do produto no Brasil. Na ocasião, a agência afirmou que o relatório técnico aprovado indica a necessidade de se manter a proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar, o que inclui todos os tipos cigarros eletrônicos, e a adoção de medidas adicionais para coibir o comércio irregular destes produtos, tais como o aumento das ações de fiscalização e a realização de campanhas educativas.

Mesmo proibidos, estes dispositivos são facilmente encontrados no comércio popular ou podem ser comprados pela internet. Na reunião de julho, a diretoria da Anvisa apresentou alguns vídeos com especialistas ou de envolvidos no tema. Em um deles, a psiquiatra Carolina Costa, integrante da Associação Brasileira de Estudos em Álcool e outras Drogas, afirmou que existe a associação com sintomas depressivos e ansiosos tanto na abstinência quanto no uso contínuo dos dispositivos e da dependência da nicotina.

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A diretora Cristiane Rose Jourdan, responsável pela relatoria, afirmou na sua leitura que a agência consultou 40 países, sendo que 17 responderam. Há diferentes formas de regulamentação e que cinco destas nações não autorizam a comercialização do produto: Equador, Índia, Noruega, México e Singapura. A lista, entre outros, tem Estados Unidos, Canadá, Espanha, França e Itália. Na América Latina, relatório da Organização Pan-Americana de Saúde apontou que de 18 países, em nove a prevalência de cigarros eletrônicos ultrapassou a de tradicionais, segundo ela.

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