Por ser mais econômica, sustentável e ainda auxiliar na saúde e no bem estar, as bicicletas vêm ganhando adeptos ano após ano. A ‘magrela’ deixou de ser apenas uma opção de atividade física e já é utilizada como um meio de locomoção para o trabalho ou faculdade. Consequentemente, o aumento na circulação de bicicletas "colabora" para que o número de furtos do meio de transporte também cresça. De acordo com a Delegacia de Furtos e Roubos, em Londrina, de janeiro até agosto deste ano, foram registrados 127 furtos de bicicletas, enquanto no mesmo período de 2022 foram 101.

Nos últimos dias, um condomínio na rua João Cândido, na região central de Londrina, foi invadido e a síndica do local, que preferiu não se identificar, conta que o criminoso foi direto na área onde ficam as bicicletas. Das três que estavam no espaço, ele escolheu a mais cara para levar embora. O furto foi por volta das 8 horas da manhã de um domingo, quando o fluxo de pessoas e carros na região é mais baixo.

A síndica conta que o criminoso quebrou o motor do portão elétrico para entrar no condomínio, que não tem funcionários, e pelas câmeras de segurança é possível ver que ele vai em direção às bicicletas e a escolhe a mais cara. “As três estavam presas com corrente, mas ele conseguiu tirar”, explica. Ela afirma que estranhou o fato de que ele foi direto nas bicicletas, ressaltando que ele pode já ter "experiência no roubo desse tipo de equipamento". “A rua [Professor João Cândido] está muito perigosa, ainda mais depois das 18h ou no fim de semana”, afirma.

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Mozart Rocha Gonçalves, delegado adjunto da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, esclarece que houve um aumento no número de furtos de bicicleta nos últimos anos na cidade, principalmente pelo crescimento na demanda por esse tipo de equipamento no pós-pandemia, que pode ser utilizado tanto para a prática de esportes quanto como meio de locomoção.

"Um aumento calculado desta modalidade de delito contra o patrimônio, especificamente no que tange a subtração de bicicletas, já era considerado. Até porque os valores deste objetos aumentaram exponencialmente nos últimos anos em virtude do aumento na demanda”, explica.

Segundo o delegado, os crimes envolvendo bicicletas são mais praticados no formato de furto, quando não existe ameaça ou violência contra a vítima. Entre 2021 e 2023, foram registrados apenas oito roubos envolvendo bicicletas. Já quando se trata de furtos, em 2023, de janeiro a agosto, foram 127 ocorrências, número superior ao registrado no mesmo período de 2022, quando foram 101, assim como em 2021, com 65 furtos nos primeiros oito meses do ano. Gonçalves esclarece também que a maior parte das ocorrências acontece entre às 2h e às 5h da madrugada.

Como o caso registrado no condomínio na região central de Londrina, o criminoso em nenhum momento tentou abrir algum dos carros que estavam no estacionamento do prédio. “Geralmente o furto de veículo é praticado por agente especializado, pois necessita de práticas mais elaboradas para subtração, especialmente em veículos novos em que os elementos de segurança são superiores. No que tange ao furto de bicicletas, embora também possa haver um comércio ilegal desses objetos ou de parte deles, a prática do delito em si não exige práticas tão elaboradas”, explica o delegado.

Segundo Gonçalves, a maior parte das bicicletas furtadas é revendida por valores mais baixos do que o praticado no mercado. Além disso, outro destino comum são os desmanches para venda de peças.

O delegado Mozart Rocha Gonçalves aconselha que a prevenção é a melhor alternativa. Em primeiro lugar, aponta, é importante não deixar a bicicleta em vias públicas, mas caso não seja possível, é aconselhado deixá-la em locais vigiados por câmeras de segurança. Mesmo dentro de casa, é ideal que a bicicleta fique em um local onde não seja possível ter visão da rua. De acordo com o delegado, também é fundamental utilizar correntes e cadeados para dificultar uma possível ação dos criminosos.

Por fim, ele reforça que os proprietários de bicicleta devem fazer o registro do equipamento em sites especializados, como o Minha Bike, do governo federal, que mantém um banco de dados com informações do usuário e da bicicleta, que podem ser úteis para reaver o item em caso de roubo ou furto.