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Lei federal reconhece Angra Doce como área turística

Municípios do Norte Pioneiro do Paraná e do Sudoeste paulista aguardam investimentos para se transformarem em novo atrativo nacional

ATUALIZAÇÃO
07 de dezembro de 2019

Vitor Struck e Viviani Costa
AUTOR

A Angra Doce, região que abrange municípios no entorno da Represa Chavantes, divisa entre os estados do Paraná e de São Paulo, foi reconhecida pelo governo federal como Área Especial de Interesse Turístico. Com a lei publicada no dia 5 de dezembro, no Diário Oficial da União, será possível obter recursos federais para a elaboração e execução de planos de promoção para o desenvolvimento turístico, criar projetos de preservação e valorização do patrimônio cultural e natural e direcionar recursos para melhorias na infraestrutura da região.

Ao todo, 15 municípios fazem parte da área especial: Ribeirão Claro, Carlópolis, Siqueira Campos, Jacarezinho e Salto do Itararé, no Estado do Paraná; e Chavantes, Ourinhos, Canitar, Ipaussu, Timburi, Piraju, Fartura, Bernardino de Campos, Itaporanga e Barão de Antonina, no Estado de São Paulo.

Rio Paranapanema possui 420 quilômetros de costa na região formada por 15 municípios
 

O prefeito de Carlópolis, Hiroshi Kubo, destaca que uma lei estadual já havia reconhecido os cinco municípios do Paraná como polo turístico. “Com a lei federal, todos os 15 municípios passam a fazer parte oficialmente do projeto nacional Angra Doce. A nível estadual, já há alguns projetos encaminhados e temos apoio para pavimentação e pintura de estradas na área urbana. A lei federal permite criar perspectivas para obter recursos estaduais e federais para melhorar a infraestrutura”, afirma.

 

Uma das prioridades em Carlópolis é a ampliação da rede de esgoto que hoje atende entre 65% e 70% dos domicílios. A cidade possui, aproximadamente, 15 mil habitantes. “Já temos hoje um fluxo grande de turistas. No último verão, mais de 5 mil turistas passaram por aqui. Os municípios precisam estar preparados para atender essa população flutuante”, avalia. A região já é conhecida por grupos que realizam turismo de aventura e praticam esportes como rafting, canoagem e pesca esportiva.

Com o reconhecimento nacional, a aposta também é que a região da Angra Doce atraia a iniciativa privada. “Os grandes e médios empresários vão vir para a região para prospectar novos negócios, hotéis, pousadas, restaurantes, resorts, marinas, loteamentos e atrair investimentos. Há a expectativa de geração de emprego e renda e de programas para qualificar prestadores de serviço para receber os turistas. É uma mudança para os próximos 5 ou 10 anos. Gera riqueza, desenvolvimento social e uma série de benefícios. É um novo destino do turismo nacional que está sendo construído.”

É o que espera também o prefeito da vizinha Ribeirão Claro, Mario Augusto Pereira (PSC). Pela quarta vez à frente do Poder Executivo, Pereira acredita que a iniciativa privada não terá dificuldades em encontrar na região mão de obra qualificada para o setor do turismo. "Nós temos feito convênios com o Sesc, Sesi, e com isso já tem acontecido muitas vezes da pessoa concluir o curso e sair empregado. Nós temos cursos de camareira, garçom, recepcionista, até cursos de inglês para o atendimento do turista", afirmou.     

Assim como espaço para a instalação de novo empreendimentos. "Nós temos 420 quilômetros de costa. Está certo que em algumas regiões a topografia não vai permitir muita coisa, mas tem muita área ainda para ser aproveitada e pretendemos direcionar para a hotelaria porque aí a geração de empregos é maior", avalia. 

Os municípios da região do Norte Pioneiro também são conhecidos pela rota do turismo religioso. O secretário de Obras, Agricultura e Meio Ambiente da cidade de Siqueira Campos, Alisson Pereira, lembra que mais de 100 mil romeiros passam pela região. “No último final de semana realizamos os jogos de natureza e aventura, já em virtude de estar participando do projeto Angra Doce. Esperamos agora um avanço maior para o desenvolvimento da região e mais recursos para divulgar o que temos de melhor.”

Segundo ele, foram mais de 5 anos de espera até o reconhecimento pelo governo federal como área turística. Enquanto aguarda investidores, a cidade investe recursos próprios para melhorar o acesso ao balneário da Alemoa, um dos atrativos locais.

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