O homem de 42 anos que matou o radialista Oscarlino Bento de Souza, o "Trovão", de 80 anos, vai responder por latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Essa é a decisão da juíza substituta da 4ª Vara Criminal de Londrina, Claudia Andrea Bertolla Alves, que acatou a denúncia do Ministério Público no final da tarde desta quinta-feira (17). O acusado se chama Evandro Galhardo Gonsalves e está preso de forma preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.

Imagem ilustrativa da imagem Justiça aceita denúncia por latrocínio contra homem que matou radialista
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Em depoimento, ele confessou o crime, mas disse que não tinha intenção de tirar a vida do comunicador. Investigadores da 10ª Subdivisão Policial (SDP) descobriram que os objetos pessoais levados da casa da vítima foram vendidos em um comércio do bairro onde o caso foi registrado, no conjunto Luiz de Sá, zona norte. Imagens de câmeras de segurança do estabelecimento mostraram o momento que Gonsalves aparece para vender os produtos.

Inicialmente, o delegado Rafael Souza Pinto havia indiciado o autor por homicídio triplamente qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima, meio cruel e conexão teleológica, quando o crime acontece para esconder outro que seria praticado. "No meu entendimento, a intenção era praticar um delito contra o patrimônio, até porque ele entrou na casa e arrombou a porta. Quando o suspeito percebeu que o seu Oscarlino o reconheceu, surgiu outra motivação. Por isso, na minha opinião, não há latrocínio", informou à FOLHA na época do encerramento das investigações.

Mas o entendimento do Ministério Público foi diferente. O promotor Evandro Augusto Dell Agnelo Santos classificou o caso como latrocínio, mesmo raciocínio da juíza. Diante disso, a mudança principal está na pena. Enquanto o primeiro tipo de delito começa com 20 anos de prisão e pode chegar até 30, a punição para o homicídio inicia com 12 anos, podendo ir até 30 anos no máximo.

O apelido de "Trovão" não foi por acaso. Oscarlino possuía uma voz potente e trabalhou em várias rádios de Londrina. Chegou até a fazer radionovela. A Polícia Civil informou que ele e Gonsalves se conheciam há muitos anos, desde a infância do assassino. O corpo foi encontrado por familiares dois dias após o homicídio. O laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) encontrou 11 facadas no idoso.