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Geral 5m de leitura

Grupo faz 'adesivaço' por volta de aulas presenciais

Mães de alunos aumentam pressão contra postura da prefeitura de manter escolas fechadas

ATUALIZAÇÃO
20 de fevereiro de 2021

Vitor Struck - Grupo Folha
AUTOR

A menos de dez dias para o fim do prazo estipulado no decreto municipal que suspendeu as aulas presenciais em Londrina, em 28 de fevereiro, a pauta sobre o retorno das atividades vem se tornando menos burocrática para ganhar as ruas da cidade. Visando pressionar o prefeito Marcelo Belinati (PP) a autorizar e retorno no modelo híbrido, um grupo realizou um “adesivaço” de veículos na rotatória das avenidas Higienópolis e Juscelino Kubistchek, na tarde desta sexta-feira (19). No dia anterior, dez outdoors sobre o mesmo tema foram instalados em ruas e avenidas movimentadas.  

 

A motorista Kelly Moreira, 45, endossou o movimento permitindo com que um adesivo fosse colado em seu meio de transporte e trabalho. “Porque eu acho que as crianças precisam. Minha menina já tem 14 anos e já tem consciência do que pode e do que não pode e eles estão aí, indo para shoppings e passeando”, disse, mesmo levando em consideração o aumento da circulação de alunos e profissionais da educação no transporte público que o retorno causará e a ocupação de 100% dos leitos de enfermaria exclusivos para a Covid-19 no município.  

O estudante de Direito da UEL (Universidade Estadual de Londrina) Fernando Milanez, 18, lamentou que o planejamento sobre o retorno das atividades presenciais não tenha priorizado a educação e disse ser favorável ao retorno. “Agora deveria ser feito de uma forma a ser prioritário para a educação”, afirmou.  

Uma das organizadoras, a advogada Janaína Schiavon avaliou que a suspensão das aulas não tem surtido o efeito desejado no sentido de evitar aglomerações entre as crianças e os jovens. Mesmo questionada sobre os principais argumentos apresentados pelo município, como a dificuldade que as crianças têm em manter o distanciamento, afirmou que o Poder Público já teve o tempo suficiente para se preparar para esse momento. “Acreditamos que vamos conseguir chamar a atenção das pessoas que têm o poder de decisão para dar um pouquinho de atenção ao setor escolar”, avaliou. À reportagem, Schiavon voltou a garantir que o movimento é apartidário e que uma nova manifestação será realizada no mesmo local, às 9h deste sábado. 

A FOLHA procurou a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, porém ela preferiu não comentar sobre os protestos. De acordo com ela, a rede municipal de ensino de Londrina atende mais de 45 mil alunos em 200 unidades, entre escolas e instituições filantrópicas. Já segundo o prefeito Marcelo Belinati, Londrina conta com cerca de 200 mil estudantes em todas as etapas escolares até o ensino superior, em aulas de forma remota. Desde o início da pandemia, a cidade já soma mais 35 mil casos 659 óbitos em decorrência da infecção causada pela Covid-19.  

PROFESSORES TEMPORÁRIOS  

Mesmo com as aulas suspensas, a Prefeitura de Londrina está convocando 198 professores temporários para o ano de 2021. Destes, 111 serão para o ensino fundamental, 76 da educação infantil e 11 de educação física. A data estipulada para o início dos trabalhos é o dia 1º de abril e os contratos têm validade para um ano.  

De acordo com a secretária de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, o objetivo é suprir a demanda que surge com “aposentadorias, licenças médicas prolongadas, licenças maternidade e afastamentos pode tempo determinado”, explicou.  

Para evitar aglomerações durante a apresentação destes profissionais, que será na Escola Municipal Maria Carmelita Villela Magalhães, um agendamento foi realizado e publicado em edital

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