O governo do Paraná lançou um novo edital para dar continuidade no processo de seleção dos militares da reserva interessados em atuarem como diretores ou monitores nas escolas que adotaram o programa de educação cívico-militar. Ao todo, 543 vagas estão sendo ofertadas, sendo 146 para o cargo de diretor cívico-militar e 397 para o de monitor.

Para terem a candidatura homologada, os interessados deverão apresentar no Setor de Pessoal dos respectivos batalhões documentos como a identidade funcional e o Porte de Arma de Fogo válidos, além de um Dossiê Histórico. O edital também veda a participação de militares que estejam ocupando cargos nas esferas municipal, estadual ou federal. A seleção seguirá aberta até 27 de setembro.

Imagem ilustrativa da imagem Governo seleciona militares da reserva para 14 escolas da RML
| Foto: Roberto Custódio

Conforme a Seed, a expectativa é preencher 100% das vagas nas 197 escolas que decidiram adotar o programa já através deste edital. A adesão ocorreu após uma consulta pública com a comunidade escolar de cada unidade no ano passado.

Em fevereiro deste ano, a Seed (Secretaria de Estado da Educação e do Esporte) divulgou uma relação com os nomes dos militares que tiveram as candidaturas homologadas. Conforme o documento, foram 201 interessados ao cargo de diretor e 777 ao de monitor cívico-militar.

Desta forma, é possível afirmar que apenas 55 dos 201 interessados ao cargo de diretor atravessaram o rigoroso processo de seleção. A contratação inclui testes de aptidão física e exames médicos, além de uma entrevista. Análise da vida pessoal e funcional do militar e critérios como o maior posto que ocuparam ao longo da carreira, entre outros, são considerados na somatória de pontos.

Para o diretor de Planejamento e Gestão Escolar da Seed, José Carlos Guimarães, o número de vagas ainda em aberto não encontra explicações em uma suposta queda no interesse dos militares da reserva em atuar na educação. Ao mesmo tempo, concordou que alguns acabaram desistindo e que o processo também foi prejudicado pela pandemia da Covid-19.

"Também teve desistências, ou não foi atrativo ou ele não se identificou com o trabalho. Aquele militar que se inscreveu para um município e acabou não tendo vaga e foi trabalhar em outro, chegou lá e ele acabou não ficando. Então, agora, nesse novo edital, ele pode se inscrever para o município que deseja. Tem muitos que, como tem patente, estão como monitor e gostariam de ser diretor", explicou.

Ainda de acordo com ele, o novo edital permite a inscrição para as duas funções concomitantemente. Questionado, também explicou que militares já reprovados em etapas anteriores poderão tentar novamente.

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"O projeto veio e houve uma aceitação muito grande da comunidade. A população abraçou o projeto. Percebemos que todas as escolas que adotaram, os pais estão muito contentes e os professores também agora estão entendendo o que é o modelo e estão gostando. Tem uma aceitação muito boa. A pandemia acabou trazendo um certo atraso", lamentou. Apontou que ao menos 68 escolas já estão com o programa "bem adiantado".

Dentre os municípios que possuem o Núcleo Regional de Educação de Londrina como referência, 16 escolas adotaram o modelo. No entanto, conforme o edital publicado nesta semana, nove vagas para diretores ainda estão abertas.

FRANCISCO BELTRÃO

Por outro lado, o programa é duramente criticado por educadores por ser “pautado pela cultura do medo e pelo desrespeito à gestão democrática e aos profissionais de educação”, definiu a secretaria geral da APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), Vanda Santana.

Para ela, um episódio envolvendo alunos de uma escola que adotou o modelo cívico-militar em Francisco Beltrão é "reflexo desta gestão educacional". Na ocasião, um policial militar da reserva remunerada que atuava na escola foi afastado das funções e preso preventivamente após alunos denunciarem episódios de assédio sexual praticados pelo militar. A FOLHA apurou que o caso ainda está sob os cuidados do Ministério Público do Francisco Beltrão, que, por enquanto, não ofereceu denúncia à Justiça. “Isso fica evidente nesta situação. As estudantes não se viram seguras para fazer a denúncia na própria escola, o que sempre acontecia, mas buscaram apoio fora dela”, apontou Santana.

Na ocasião, a Seed divulgou que o policial foi afastado no dia 23 de agosto. Já a prisão foi efetuada pela própria PM no dia 27 do último mês. Na casa do suspeito, foram apreendidos celulares, um notebook, um colete balístico e 265 munições de vários calibres. O caso está sob segredo de Justiça.

NOVO COLÉGIO DA PMPR

O Paraná deverá ganhar mais um colégio da Polícia Militar. Uma reunião foi realizada para tratar do assunto nesta semana. Estiveram presentes o diretor-presidente da Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional), Marcelo Pimentel Bueno, o deputado estadual Galo (PODE), e o comandante geral da PMPR (Polícia Militar da Polícia Militar), Hudson Teixeira.

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