Imagem ilustrativa da imagem Em mais um dia sem salários, motoristas fazem manifestação na Prefeitura
| Foto: Vitor Struck/Grupo FOLHA


Motoristas do transporte coletivo deram início ao quarto dia seguido de paralisação nas atividades por conta pagamento parcial dos salários na semana passada. Uma manifestação em frente à Prefeitura de Londrina está sendo realizada para pedir uma solução ao prefeito Marcelo Belinati (PP). A categoria pede que o município realize um novo aporte financeiro nas empresas que operam o serviço já que a TCGL (Transporte Coletivo Grande Londrina) e a Londrisul vêm registrando queda no movimento de passageiros devido à pandemia da Covid-19.

Até pouco antes das 7h30 os motoristas ainda não haviam sido atendidos por representante do primeiro escalão do Poder Executivo ou pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização). A ampla maioria dos profissionais presentes era da TCGL, empresa que possui a maior participação no concessão pública para explorar o serviço em Londrina. No início da manhã, não houve movimentação de veículos na garagem da companhia.

Segundo o presidente do Sinttrol (Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo), José Falleiros, o prefeito Marcelo Belinati precisa "pedir o cumprimento do contrato pelas empresas", afirmou.

Questionado se a paralisação continuará ao longo desta semana, Falleiros garantiu que sim, uma vez que "o movimento é espontâneo" e apenas conta com o apoio do sindicato. "Enquanto isso segue parado, sem ônibus. É por falta de pagamento, não reivindicação por aumento, aumento de ticket, nada disso", explicou.

Ainda de manhã uma oficial de Justiça notificou o sindicato sobre a mandado de segurança que determinou o retorno imediato de, no mínimo, 70% da frota em horários de pico e 50% no restante do dia, expedido no final de semana pelo Tribunal Regional do Trabalho.

De acordo com o advogado do Sinttrol, André da Silva, o sindicato irá recorrer. "A paralisação não foi engendrada pelo sindicato. Foi dos trabalhadores e o sindicato vai fazer uma manifestação neste processo para ver se o desembargador reconsidera essa decisão. O sindicato não tem a mínima de condição de dizer para estes trabalhadores retornarem ao trabalho", afirmou.

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A reportagem perguntou ao presidente do sindicato se os motoristas vão atender ao pedido da Justiça e garantir o número mínimo de veículos necessário para o transporte de profissionais de saúde, segurança e outras categorias de serviços essenciais. "Entendemos toda a situação, sabemos que a população sofre. Mas a população precisa entender que os motoristas estão sem salários", pediu.

Em seguida, devolveu o questionamento. "Em relação aos profissionais da saúde, queria pedir uma reflexão se fossem eles sem o pagamento de salários e também aos políticos, ao Judiciário, ao desembargador que deu uma decisão esdrúxula influenciada pela advogada da empresa que e que, ao meu ver, ela foi desleal. Portanto, é um protesto legítimo", reafirmou.

A reportagem solicitou um posicionamento à assessoria de comunicação do prefeito Marcelo Belinati e atualizará a reportagem quando for atendida. Por enquanto, nenhuma reunião com a categoria foi confirmada pelas assessorias do prefeito e da CMTU.