A mulher de 38 anos esfaqueada na madrugada do último domingo (13) pelo professor Indalécio Alexandre Linares dos Santos em um motel na BR-369, saída de Londrina para Ibiporã, foi ouvida na tarde desta quinta-feira pelo delegado José Arnaldo Peron, da 10ª Subdivisão Policial (SDP). Desde a data do crime, que acabou com a morte do companheiro dela, identificado como Rodolfo Delamuta, ela estava internada na Santa Casa para se recuperar dos ferimentos.

Imagem ilustrativa da imagem Em depoimento, mulher esfaqueada em motel nega ter sequestrado professor
| Foto: Reprodução/Polícia Militar

No depoimento que a FOLHA teve acesso, a vítima disse que veio com o marido de Santa Mariana, no Norte Pioneiro, há pouco tempo para Londrina. Moradores de rua, eles ficavam entre os Jardins Nossa Senhora da Paz e Quati, nas imediações da Avenida Winston Churchill, zona norte. "Achei um posto ali perto para dormir. Um dia o Rodolfo saiu para pegar crack, já que somos usuários, e voltou com ele (Indalécio). Disseram que ia pagar um motel onde iríamos comer algo e dormir um pouco. Aceitamos e fomos pra lá".

Ela informou que o trio chegou ao estabelecimento perto das 23h do último sábado (12). "Tomamos banho, tivemos relações sexuais e ele (Indalécio) falou que queria descansar até umas cinco horas da manhã. Dormimos também porque estávamos muito cansados. Eu já acordei com as facadas. A cama estava cheia de sangue. Gritei o nome do meu marido. Ele (professor) tentou me dar uma facada e defendi. Foi quando saiu correndo pelo motel. O Rodolfo falou pra mim ainda que achava que iria morrer".

A mulher negou qualquer discussão com Indalécio antes ou quando chegaram no quarto. Ela também garantiu que a faca estava no carro do acusado. "Na hora que o Rodolfo caiu da cama, deitei e lembrei de ligar para a portaria pedindo ajuda. Eles chamaram o resgate e para a polícia. A facada pegou embaixo do meu pulmão. Quero este cara (Indalécio) preso", comentou Ligéia já no final do relato à Polícia Civil.

Outra versão

Em entrevista à FOLHA, a advogada do docente, Irene de Fátima Hummel, defende que ele foi sequestrado e que a faca utilizada no assassinato era do casal. A defesa pediu ao juiz da 1ª Vara Criminal, Paulo César Roldão, a transferência de Indalécio da cadeia para uma clínica psiquiátrica pelo uso de remédios para controlar surtos psicóticos. O Ministério Público concordou com a internação, mas nenhuma decisão foi tomada. O professor está preso preventivamente. Nesta quinta, o promotor Ricardo Domingues denunciou o educador por homicídio qualificado e tentativa de homicídio.