A defesa do professor Indalécio Alexandre Linares dos Santos, que matou a facadas um homem e é suspeito de tentar assassinar uma mulher em um motel de Londrina, entrou na noite desta segunda-feira (14) com um pedido na Justiça para que ele seja solto. Ele teve a prisão preventiva, que vale por tempo indeterminado, decretada pelo juiz Bruno Régio Pegoraro e segue detido no Centro de Triagem, localizado na Avenida Dez de Dezembro.

Imagem ilustrativa da imagem "Não teve intenção de matar", diz advogada de professor que assassinou homem em motel

O rapaz morto foi identificado pelo Instituto Médico Legal como Rodolfo Delamuta. A moça, Ligéia Fernanda Rodrigues Fernandes, está internada na Santa Casa. A advogada Irene de Fátima Hummel, que defende o professor, afirma que ele foi sequestrado. "Os fatos ainda estão distorcidos. O casal usava uma faca ameaçando o meu cliente e consumia crack dentro do veículo. Em seguida, já no final da viagem, ordenaram que ele fosse para o motel", explicou.

Na solicitação, a advogada quer a transferência do suspeito da cadeia para uma clínica psiquiátrica. Ela argumenta que o sequestro foi planejado, mas não contou com a participação de outras pessoas. "Eles se encontraram quando o Indalécio saía de um supermercado. O homem pediu ajuda, falou que sua mulher estava passando mal e precisava ir ao hospital. Quando entraram no carro, o casal mostrou duas facas (apenas uma foi apreendida pela polícia) e começou a ameaçar. Os dois são de São Paulo e viviam cometendo furtos", ponderou.

Segundo a defensora, Indalécio não teve intenção de matar ninguém. "Quando estavam no quarto, ele (professor) aproveitou que a faca estava ao lado da cama e desferiu os golpes, mas não para assassinar, apenas causar lesões e sair dali. Depois foi tudo conturbado, ele teve um surto psicótico e acabou preso". Hummel disse que o educador toma remédios controlados para depressão e mudanças repentinas de humor e faz acompanhamento no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).

Os policiais militares ouvidos na delegacia deram outra versão do caso, registrado no final da madrugada do último domingo (13). Eles contaram que o professor teria conhecido o homem e a mulher em um ponto de drogas e convidado para que consumissem drogas em um motel, onde também manteriam relações sexuais. O delegado Roberto Fernandes de Lima, que estava de plantão, colheu o depoimento de uma funcionária do estabelecimento.

Por estar hospitalizada, Ligéia não foi ouvida formalmente. Porém, no boletim de ocorrência consta uma declaração dela, dada durante "entrevista" aos PMs. Segundo o relato, ela e Rodolfo foram abordados pelo professor "na via pública" e ele "pediu para que comprassem drogas para os três, dando dinheiro e propondo que posteriormente fossem a um motel para o uso do entorpecente e prática de sexo".