A Justiça de Londrina concluiu que não há provas suficientes para levar a júri popular o homem de 38 anos que seria o mandante do assassinato do empresário Carlos Evander Azarias, acusado de comandar um esquema de fraudes no IPTU em Londrina. Ele foi morto a tiros no dia 26 de junho de 2019 dentro de sua casa, na Vila Casoni, região central. O suspeito foi preso pela Delegacia de Homicídios, que investigou o caso, em julho do ano passado.

Casa onde Carlos Azarias foi assassinado em 2019
Casa onde Carlos Azarias foi assassinado em 2019 | Foto: Ricardo Chicarelli - 27-06-2019

Com a decisão de não acionar o Tribunal do Júri, o juiz da 1ª Vara Criminal, Paulo César Roldão, mandou soltar o rapaz, que não vai precisar usar tornozeleira eletrônica. A Polícia Civil entendeu que ele planejou a morte de Azarias por causa de um desentendimento envolvendo a negociação de um apartamento no Parque Guanabara, na zona sul, e porque o executor, que já morreu, disparou enquanto a vítima estava desarmada e no banheiro de sua residência.

O Ministério Público concordou com o raciocínio do delegado João Reis e denunciou o acusado por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa do empresário. Para o magistrado, "os indícios são frágeis". Durante os depoimentos no Fórum, testemunhas não souberam dizer se Azarias estava sendo ameaçado pelo possível desafeto. O juiz argumentou que não é possível estabelecer uma ligação entre o mandante e o executor do assassinato.

"Os policiais encontraram no celular da vítima uma conversa sobre a venda do apartamento que, a princípio, seria um pouco ríspida. Diante disso, criou-se esse panorama de que meu cliente seria o mandante. Conseguimos demonstrar no processo que ele e o Carlos Azarias não eram inimigos", observou o advogado de defesa Geovanei Leal Bandeira.

Operação Password

Antes de ser morto, Azarias foi denunciado pelo Ministério Público por ser o chefe de um grupo criminoso que usava senhas de servidores públicos para apagar dívidas do IPTU. O caso foi batizado como Operação Password. As irregularidades teriam acontecido entre 2015 e 2017.

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