O juiz da 1ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, acatou no final da tarde desta terça-feira (4) a denúncia de homicidio duplamente qualificado e extorsão contra o homem que seria o mandante do assassinato do empresário Carlos Evander Azarias, morto a tiros dentro de casa, na rua Sampaio Vidal, na Vila Casoni, região central. O crime aconteceu no dia 26 de junho de 2019. O suspeito foi preso no mês passado pela Polícia Civil.

Imagem ilustrativa da imagem Suspeito de mandar matar chefe de fraude no IPTU de Londrina vira réu na Justiça
| Foto: Ricardo Chicarelli - 27-06-2019

De acordo com a Delegacia de Homicídios, Azarias teria se desentendido com seu desafeto por conta da negociação de um apartamento localizado na rua Fernando Monteiro Furtado, no Parque Guanabara, zona sul. Segundo o promotor Ricardo Domingues, responsável pela denúncia, o homicídio foi cometido por motivo torpe por causa da possível desavença e por recurso que dificultou a defesa, já que o empresário foi baleado no banheiro, sem qualquer chance de reação.

Os dois foram denunciados na Operação Password, que investigou um esquema de fraudes no IPTU. Para o MP, o grupo criminoso usava senhas de servidores públicos para anular dívidas do imposto. As irregularidades teriam acontecido entre 2015 e 2017. O processo está tramitando na 2ª Vara Criminal, ainda sem condenação. Carlos Azarias ficou preso poucos meses, mas conseguiu o benefício da tornozeleira eletrônica até ser morto.

O rapaz que executou Azarias foi assassinado na região leste de Londrina no ano passado. Ainda conforme a acusação, ele, por determinação do comparsa, ameaçou de morte um dos réus da Password se não recebesse R$ 100 mil provenientes da transação do apartamento.

O advogado de defesa Geovanei Leal Bandeira foi procurado pela FOLHA, mas disse que conversaria com seu cliente para saber se poderia se manifestar sobre a decisão. O Ministério Público incluiu 14 testemunhas para serem ouvidas nas audiências de instrução, que ainda serão marcadas pela Justiça.