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Beto Preto descarta antecipar aplicação de 2ª dose para conter variante Delta

ATUALIZAÇÃO
21 de julho de 2021

Vitor Struck - Grupo Folha
AUTOR

A redução do intervalo de aplicação das segundas doses das vacinas produzidas pela Pfizer e pela farmacêutica AstraZeneca, de 90 para 60 dias, não está nos planos da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde). Pelo menos por enquanto. A medida vem sendo estudada pelo Centro de Contingência de São Paulo como estratégia para conter o avanço da variante delta no estado e leva em consideração estudos que apontam para o bom desempenho das vacinas também contra esta variante. Entretanto, ainda não há um consenso entre os especialistas do estado vizinho sobre qual seria a melhor caminho a ser seguido já que a antecipação poderia atrasar o início da vacinação dos mais jovens. Até agora, 16 casos da variante delta já foram confirmados no País.    

 

Em entrevista à FOLHA nesta semana, o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Beto Preto (PSD), avaliou que o momento requer certa cautela com relação a colocar em prática a medida. “A iniciativa de São Paulo, nós estamos avaliando aqui com a nossa equipe, mas, principalmente, aguardando o que vai falar o Ministério da Saúde em relação a essa antecipação. Porque, de uma maneira ou de outra, a nossa vacinação segue regras e ela tem esse ‘atrasamento’, que é você colocar já o prazo para a segunda doses, e quando possível guardar os estoques. Nós temos todas as segundas doses guardadas, não vamos ter falta como em março e abril”, garantiu.  

A avaliação do secretário foi feita no dia seguinte à confirmação do quarto caso e da segunda morte causada pela variante delta no estado. Além do Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais e São Paulo são os estados que já confirmaram ao menos um caso da variante indiana, considerada ainda mais transmissível.    

Beto Preto também justificou que a Secretaria leva em conta não apenas o planejamento para a aplicação das segundas doses, mas as “intercorrências” que vêm sendo registradas durante a vacinação. “Essa questão dos cidadãos que tentam escolher a vacina, algum percentual que tomou a primeira dose e não retornou para a segunda dose. Isso tudo nós temos passado”, explicou.  

Questionado se concorda com a ideia proposta pela vereadora londrinense Flávia Cabral (PTB), de se estabelecer uma penalização aos cidadãos que tentam “escolher” o tipo do imunizante deixando-os por último na fila, Preto disse ter dúvidas sobre o poder de “convencimento” desta medida. “Eu não sei se isso vai conseguir punir alguém porque estamos olhando para o final da fila já para o mês de setembro. Eu quero insistir que muito mais do que impositivo, nosso aspecto aqui é humanístico. Precisamos ganhar pelo convencimento”, justificou.  

Como argumento, explicou que a taxa de pacientes internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com mais de 60 anos caiu de 65% em fevereiro para a 27% atualmente. “O que quer dizer isso? É o resultado positivo da vacinação dos idosos com Coronavac. Está dando certo. Quanto mais vacinas aplicadas, mais certo vai dar. E, claro, demora um pouquinho para fazer o efeito, talvez, mas ao longo do tempo vamos ver que nossas vacinas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) têm resultado importante na prevenção e na garantia da evolução mais branda da doença”, avaliou.   

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