“Banco dos Réus”, o audiodocumentário da FOLHA em formato de podcast, lança o último episódio da temporada nesta quinta-feira (30). “Cartas na mesa” faz o balanço de tudo o que foi retratado nos capítulos anteriores e levanta alguns pontos em comum encontrados nos casos abordados e que ocorrem no sistema penal como um todo: como obter maior equidade nos julgamentos e como combater uma cultura que culpa a vítima por sua própria tragédia pessoal.

Imagem ilustrativa da imagem “Banco dos Réus” lança último episódio inspirado em Agatha Christie
| Foto: Folha Arte/Gustavo Padial

"Cartas na mesa” foi inspirado no romance de mesmo nome da escritora Agatha Christie. Segundo Patrícia Maria Alves, narradora e uma das idealizadoras do podcast, o episódio faz uma analogia ao romance no ponto que “chama todos os agentes de investigação de toda a sua obra para assumir seus pecados em relação aos casos não solucionados, que na obra de Christie são seus quatro detetives e no Banco dos Réus são os quatro poderes – legislativo, judiciário executivo e imprensa”.

Sem deixar a parte documental de lado, o último episódio também trata do cenário policial londrinense nos últimos 30 anos, com seus avanços e retrocessos, além de abordar especificamente o feminicídio e o que tem sido feito no sistema penal em relação ao tópico. Nesse ponto, “Cartas na mesa” traz a história de Cidnéia Aparecida Mariano, que motivou a criação do Observatório de Feminicídios Londrina - o Néias.

EPISÓDIOS ANTERIORES

“Fúria e sangue no 12º andar”, primeiro episódio da série, conta a história de Fernanda Estruzani que foi morta aos 22 anos em seu apartamento com 72 facadas pelo ex-marido, Marcos Panissa. Mesmo confessando o crime, ele nunca foi preso, nem após as condenações na Justiça. Com a intenção de buscar novas informações sobre o caso, que ocorreu em 1989, a equipe do BdR contou com a ajuda do artista digital Hidreley Leli Dião, que por meio de inteligência artificial, recriou a aparência de Panissa para mostrar como o fugitivo estaria hoje.

“O crime do triplex” fala sobre o caso de Cleonice de Fátima Rosa, empregada doméstica de uma família rica, que foi encontrada morta, em 1993, no apartamento dos patrões. Vanda Pepiliasco, a patroa, foi julgada e condenada somente em 2015, mas a motivação do crime ainda segue uma incógnita.

“O enigma da sacada” volta ao ano de 2000 para abordar sobre a história da professora de música Estela Pacheco, que aos 35 anos foi encontrada morta no térreo de um edifício no centro de Londrina. Seu corpo foi jogado da sacada do apartamento de seu ex-namorado Mauro Janene. Após sete adiamentos do processo, Janene foi condenado pelo crime. Seria possível descobrir o que aconteceu naquela noite?

“Morte na casa de máquinas” relembra a história de Amanda Rossi, estudante de 22 anos que, em 2007, foi morta por asfixia na faculdade particular onde cursava educação física. Após prisão de falso suspeito e investigações sigilosas, a polícia chegou a três nomes responsáveis pela sua morte. Mas o que até hoje ninguém sabe é quem foi o mandante do crime.

“O mistério de Daniela”, penúltimo episódio da série, volta ao ano de 2019 para contar a história de Daniela Pergo, servidora pública de 44 anos, que foi morta com quatro tiros na cabeça, ainda dentro do carro, quando saía de casa para trabalhar. Até hoje, ninguém sabe a motivação e nem quem cometeu o crime.

A série completa já está disponível no Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts, Deezer e também no site da Folha de Londrina.