Aluna é excluída da UENP após se autodeclarar indígena falsamente
Estudante havia ingressado no curso de administração por meio do vestibular dos Povos Indígenas, mas sem ter nenhum ancestral na família
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
Estudante havia ingressado no curso de administração por meio do vestibular dos Povos Indígenas, mas sem ter nenhum ancestral na família
Pedro Marconi

Uma aluna do curso de administração da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná) foi excluída do quadro acadêmico após a instituição descobrir que ela declarou falsamente que era indígena. A estudante se inscreveu no vestibular dos Povos Indígenas do Paraná do ano passado e apresentou documentos, assinado pelo cacique da terra indígena São Jerônimo da Serra, reconhecendo que ela seria indígena.
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Passando no vestibular, ingressou neste ano na universidade no campus de Cornélio p. No entanto, após o início das aulas o mesmo cacique procurou o MPF (Ministério Público Federal) junto com outras lideranças e um servidor da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) para denunciar que o documento inicial não era válido. Outro comprovante foi entregue, mostrando que a aluna, apesar de morar na terra e ser casada com um indígena, não era de nenhum povo originário e, na verdade, nasceu no interior de São Paulo.
De acordo com a UENP, em nota, a instituição foi comunidade para que cancelasse a matrícula da estudante, o que acarretou num processo administrativo disciplinar “para garantir que a discente pudesse ser ouvida, exercer o direito ao contraditório e a ampla defesa”. Como elementos de prova, além da ata do Ministério Público, foram ouvidas testemunhas, dois caciques - que foram enfáticos ao declarar que ela não era indígena -, e a declaração da própria estudante, que confessou não ter nenhum ancestral indígena na família.
“Todos os elementos de prova produzidos ao logo do processo administrativo disciplinar levaram a comissão à conclusão de que, embora não houvesse má-fé da aluna, ela deveria ser excluída do quadro acadêmico da UENP, por não ser considerada indígena, e ter ingressado por meio do vestibular dos Povos Indígenas/CUIA (Comissão Universidade para os Índios) na universidade”, destacou a entidade.
VAGAS
Pelo programa CUIA-PR são ofertadas por ano seis vagas para cada uma das universidades estaduais e dez vagas na Universidade Federal do Paraná. “Ressalta-se ainda que as universidades acatam os documentos (atestado de pertencimento à terra indígena, assinado pelo cacique/liderança indígena; histórico escolar e documentos pessoais) apresentados pelo candidato ao se inscrever no vestibular dos Povos Indígenas, elencados pelo edital da CUIA/PR. Nesse processo, a comissão verifica pormenorizadamente cada um desses documentos, aceita o documento do cacique (pela autonomia das lideranças) e o inscrito pode participar pela ação afirmativa da CUIA-PR.”
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