Uma “isca” para atrair a vítima à cena do crime. Foi desta forma que se deu a participação de uma adolescente de 16 anos no latrocínio que resultou na morte do gerente de Desenvolvimento Rural do Iapar-Emater, José Vieira de Souza, 46. A vítima foi encontrada com os pés e mãos amarrados em uma estrada do distrito rural de Lerroville, no final de abril. Depois de ser encontrada e interrogada nesta quinta-feira (18), a adolescente foi encaminhada ao Cense (Centro de Socioeducação), onde permanece apreendida provisoriamente pelo cometimento de ato infracional equiparado a um latrocínio - roubo seguido de morte.

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. | Foto: Gustavo Carneiro

De acordo com a delegada interina da Delegacia da Criança e do Adolescente, Livia Pini, que também responde pelo Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes), a jovem afirmou não ter presenciado o assassinato do servidor, morto a facadas e encontrado com fios amarrados ao redor da cabeça. A partir do depoimento colhido nesta quinta-feira, a participação de mais uma pessoa, além de outra adolescente que teria fugido para o estado de São Paulo, se tornou ainda mais evidente.

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“O crime foi bastante violento, é muito improvável que as adolescentes poderiam cometer um crime desta natureza contra um indivíduo de maior porte do que elas. Ele foi amarrado, contido, então acreditamos sim que exista o envolvimento de outras pessoas”, explicou.

Imagens de câmeras de segurança gravadas enquanto as duas adolescentes realizavam compras com os cartões de crédito e débito da vítima foram fundamentais para a captura das criminosas. De acordo com a polícia, essas compras foram realizadas no dia do cometimento do crime e em datas subsequentes. Roupas, itens de maquiagem, o conserto de uma motocicleta e saques de quantias em dinheiro. Uma “conta” que teria atingido cerca de R$ 5 mil e serviu de pista para os investigadores. “Ela aparentava até ser mais nova do que 16 anos, falou que nem pensou, realmente, que a utilização do cartão traria alguma consequência”, detalhou a delegada.

Em seu depoimento, a adolescente não teria deixado claro como teve acesso às senhas dos cartões e tornou a dizer que ela e a amiga não teriam presenciado o assassinato.