O delegado aposentado Marcelo Sakuma, da Polícia Civil, vai continuar preso no Complexo Médico Penal de Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba). Acusado de integrar um esquema de exploração do jogo do bicho, ele foi alvo de um pedido de prisão domiciliar feito pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o que foi negado pela Justiça.

A decisão é da juíza da 1ª Vara Criminal de Arapongas, Raphaella Benetti da Cunha Rios, e saiu nesta quinta-feira (2). Mesmo a direção do presídio informando que Sakuma está "em um espaço em boas condições de higiene e separado da massa carcerária comum", a OAB frisou que "o local não possui as características adequadas para um advogado", o que descumpriria a lei que instituiu o estatuto do órgão.

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O argumento não foi levado em consideração pela magistrada. Raphaella Rios explicou que o parecer da OAB sobre o lugar onde Sakuma está detido "possui caráter meramente opinativo". Com a decisão, o delegado aposentado permanecerá preso de forma preventiva no Complexo Médico Penal.

Acusação

Enquanto aguarda uma nova tentativa da defesa para retirá-lo da cadeia, Sakuma e mais cinco pessoas respondem a uma denúncia feita nesta semana pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os promotores não têm dúvidas de que ele era o líder do esquema dentro da 22ª Subdivisão Policial de Arapongas, onde trabalhava antes de se aposentar, em fevereiro deste ano.

Além do delegado aposentado, a acusação inclui a mulher dele e o ex-presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Osvaldo Alves dos Santos. Segundo o Gaeco, o político controlava mais de 250 pontos de jogo do bicho no município. A exploração ilegal foi descoberta da apreensão do celular de uma servidora do Legislativo que trabalha na delegacia.

No aparelho, o Gaeco localizou conversas que detalham o envolvimento do grupo. A funcionária pública seria a intermediária entre os agentes da Polícia Civil e o ex-vereador. As defesas dos acusados negam os apontamentos feitos pelo Ministério Público.