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O juiz da 1ª Vara Criminal de Londrina, Paulo César Roldão, marcou para o dia 9 de dezembro, uma quarta-feira, o interrogatório do açougueiro Alan Borges, que em julho deste ano assassinou a facadas a ex-esposa, Sandra Mara Curti. O crime aconteceu na casa onde a vítima morava com os filhos, na zona leste da cidade. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) mostrou que 22 facadas foram desferidas.
O acusado será ouvido a partir das 15h. Uma hora antes, o filho dele com Sandra, que é adolescente, vai prestar depoimento acompanhado de uma equipe especializada. Ele presenciou a mãe sendo morta e foi convocado como testemunha pelo Ministério Público. A primeira audiência do caso aconteceu no final de outubro. Alan Borges está preso preventivamente desde a data do feminicídio.
O advogado Alexandre Aquino, que defende o açougueiro, insiste na mesma tese anunciada desde o inquérito policial: do homicídio privilegiado, quando o crime é cometido sob o domínio de violenta emoção e por injusta provocação da vítima, como consta no Código Penal. Em caso de condenação no Tribunal do Júri, a legislação prevê uma diminuição da pena.
"Ele foi xingado e não planejou matar a Sandra. Foi ver os filhos, teve uma discussão áspera com ela e aconteceu o que aconteceu", disse Aquino. Perguntado o motivo do açougueiro ter levado a faca usada para matar a ex-companheira, o advogado explicou que seu cliente "fazia bicos de churrasqueiro em alguns restaurantes. Levava embora para não voltar ao açougue quando era chamado para um serviço". A defesa também é composta pela advogada Anna Patrícia de Arruda Deliberador.
"Estamos ansiosos para esse interrogatório porque temos certeza que a verdade vai prevalecer. Com o depoimento do filho, estou convicto que essa tese levantada pela defesa do réu não vai durar muito tempo", ponderou o advogado da família de Sandra, Mário Barbosa. A assistência de acusação também é integrada pela advogada Daiane Kassada.