Vestibular da UEL volta ao modelo em duas fases e exige repertório de aluno

Após os vestibulares realizados com provas em apenas um dia, durante o período da pandemia da Covid-19, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) volta em 2023 ao modelo de vestibular adotado pela universidade em duas fases, que serão realizadas nos dias 5 de março e de 2 a 4 de abril. Ao todo, 20.858 estudantes se inscreveram para o Vestibular 2023 da UEL.

Segundo o coordenador do ensino fundamental e médio do Colégio Marista, de Londrina, Nilson Douglas Castilho, neste ano atípico com dois vestibulares no ano, a UEL retorna à proposta de avaliação que passou a caracterizar um dos processos seletivos mais concorridos pelos estudantes no Paraná, desde a reformulação do vestibular da UEL em 2012.

Responda às questões do Caderno 2 do Folha Vest

“No calendário de 2023 teremos dois vestibulares. Agora, em março e abril referentes aos alunos que terminaram o ensino médio em 2022 e um novo Vestibular da UEL, edição de 2024, em outubro e novembro, para os estudantes que vão concluir o ensino médio neste ano”, adiantou Castilho.

Ele lembra que nos últimos anos a primeira fase tinha 60 questões de uma prova considerada temática, o que deve ser mantido apesar do retorno do modelo em duas etapas. “A questão pode estar relacionada com o tema ou ser um pretexto para você trazer um conteúdo. A prova oscila muito na perspectiva da contextualização, ora na questão conteudista. Ou seja, perguntas que exigem mais leitura, interpretação e relações e em outros momentos, as perguntas mais objetivas”, esclarece o coordenador do Colégio Marista, parceiro do Grupo FOLHA no caderno Folha Vest.

Castilho afirmou que nos últimos anos, os temas foram relacionados às ciências da natureza, principalmente química, física e biologia. “Os temas atravessam todas as questões, sendo que em algumas são partes das perguntas e em outras apenas um pretexto no enunciado para trazer conhecimentos de outras áreas. A UEL também tem um foco forte na área de humanas, com questões bem contextualizadas, essa sempre foi uma característica, o que exige uma leitura atual de mundo do aluno”, analisou.

Ele ressalta que o candidato precisa ter um desempenho entre 20% e 25%, mas também existe uma nota de corte baseado nos vestibulares anteriores, além da tradicional concorrência por vaga para a classificação para a próxima etapa e convocação no resultado final.

Já a segunda fase é realizada em dois dias. No primeiro, os candidatos fazem a prova de língua portuguesa, que exige análise linguística, interpretação e perguntas sobre a lista de livros da UEL na área de literatura. Além disso, a prova de redação também ocorre no primeiro dia da segunda fase do vestibular. Neste ano, a prova de redação deve voltar a apresentar de dois a quatros temas que demandam uma habilidade para escrita, com textos menores, expositivos, diferente do modelo tradicional de redação com apenas um tema e texto dissertativo argumentativo.

No segundo dia e o último do processo seletivo, as provas são de disciplinas específicas, de acordo com a graduação escolhida pelo concorrente na hora da inscrição.

“São doze questões discursivas distribuídas em três disciplinas com relação à área de interesse dos candidatos. Apesar de serem tratadas como questões, não deixam de ser textos que os alunos precisam construir. Então, tem que ser algo bem escrito e estar relacionado ao conteúdo. Existe uma preocupação com a redação na segunda fase? Com certeza, pois ela tem um peso muito grande. Se acertar tudo e zerar na redação, o aluno não passa. Mas, as discursivas também são textos que precisam ser construídos”, destacou Castilho.