O curso de medicina é novamente o mais concorrido da Universidade Estadual de Londrina
O curso de medicina é novamente o mais concorrido da Universidade Estadual de Londrina | Foto: iStock

É tradicional a divulgação, por parte da Coordenadoria de Processos Seletivos (COPS) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), da relação candidato/vaga no vestibular. Todos os anos, a instituição publica a quantidade de inscritos por curso, divididos entre cotistas e não-cotistas, além dos candidatos que se inscreveram como treineiros. Para o Vestibular 2022, serão 21.306 concorrentes a 3.125 vagas (616 via Sisu) em 52 cursos. Somando com os 1.281 treineiros, no total serão 22.587 pessoas realizando a prova em fase única, no dia 6 de março de 2022.

O primeiro lugar entre os cursos mais concorridos, com folga, é medicina. Pelo sistema universal - que segundo o Manual do Candidato contém todos candidatos concorrentes, incluindo cotistas e reserva de vagas –, serão 8.754 candidatos disputando 40 vagas, o que dá uma concorrência de 217 candidatos por uma vaga.

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Na análise do professor Nilson Douglas Castilho, coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina, o curso de medicina é um caso à parte. “Essa grande concorrência se dá em todas as instituições, sejam elas públicas ou privadas. A medicina criou uma atmosfera de oportunidade para o profissional mudar de vida, tanto social quanto financeiramente. Isso sem falar que o curso da UEL é muito conceituado e consolidado no campo educacional. Por isso, é normal essa concorrência”, comentou.

Castilho ainda fez um alerta para os “medicineiros”, assim chamados os vestibulandos do curso. “Acontece muita pressão social em cima do aluno, muitas das vezes criada não só pela família ou amigos, mas por ele próprio. Isso porque quando é aprovado (no Vestibular), passa a impressão de que o candidato é muito bom. E ao mesmo tempo que se não passa, pode parecer que ele não tem competência nenhuma para fazer aquilo. Não é bem assim. A escola deve auxiliar, junto com os pais, para que se mantenha o lado emocional do jovem saudável e orientá-lo para sempre estar melhorando”.

Por outro lado, avalia o professor, a grande disputa por uma vaga curso de medicina exige um esforço maior natural por parte do vestibulando. “É preciso, acima de tudo, humildade. O professor também deve falar para o aluno se o que ele está estudando é suficiente ou não para avançar no vestibular, visto o histórico da concorrência. Já para os que ficam por muitos anos tentando, a orientação é não achar que sabem tudo e cair no erro de achar que são tão bons, que já têm tanto conteúdo, e vão lá e zeram uma redação, por exemplo. Muito foco e muito estudo”, completou Castilho.

TENDÊNCIAS

Fora medicina, quem figura na lista dos cursos mais concorridos já há alguns anos são biomedicina e psicologia. Dois cursos que, de acordo com o professor, estão na moda. “A biomedicina pega uma estrutura, em partes, semelhante à medicina. É uma soma de inovação com um pouco do que a medicina poderia vir a fazer. Já psicologia não era um curso tão procurado até anos atrás. Com a pandemia, a discussão sobre a parte emocional, em entender o outro, nunca foi tão explorado”, justificou. Biomedicina está com uma concorrência de 44 candidatos/vaga (segundo curso mais concorrido do Vestibular 2022) e psicologia está com 34 candidatos vaga, sendo o quarto curso mais concorrido e o segundo em número de inscritos (1.067 candidatos).

SURPRESA

Seguindo a linha dos cursos “da moda”, ciência da computação ganhou destaque no Vestibular UEL 2022 com uma concorrência de 39 candidatos/vaga, figurando em terceiro lugar geral. Na prova passada, o curso já havia figurado entre os cinco mais disputados. Para o professor do Colégio Marista de Londrina, a pandemia deixou em evidência a necessidade que a população tem quando o assunto é tecnologia. “É uma geração que está mais antenada com tudo o que é digital. Desta forma, é natural que cursos como esse comecem a ter destaque. Hoje, o convívio social está muito ligado à tecnologia, e a parte profissional também. Pode ser que a ciência da computação traga isso”, sugeriu.

Concluindo seu raciocínio, Nilson Douglas Castilho apontou que o gosto pelo curso deve ser consciente. “É importante que o aluno conheça suas habilidades, porque nem sempre terá na graduação assuntos que goste ou que domine por completo. Se o candidato está se deixando levar pela moda do momento, deve refletir se o curso será importante para seu projeto de vida. Neste ponto, é preciso cuidado com os números da concorrência. Ainda assim, saber se a vaga será disputada por muitos candidatos pode servir de motivação para os estudos”, finalizou.

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