O setor avícola paranaense está otimista e espera um bom desempenho neste final de ano. Segundo o sindicato que representa a categoria, a projeção é que o incremento nas vendas neste último trimestre, alavancado pelas festas, atinja até 10% em comparação a outros períodos do ano. Uma cooperativa agroindustrial, por sua vez, projeta vender até 25% mais uma ave natalina neste final de ano, carro-chefe das datas festivas.

Setor avícola paranaense está otimista com relação ao incremento das vendas motivado pelas festas
Setor avícola paranaense está otimista com relação ao incremento das vendas motivado pelas festas | Foto: AEN

José Antonio Ribas Junior, vice-presidente do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná), analisa que 2021 não será diferente dos anos anteriores, apesar da pandemia.

“O último trimestre traz uma expectativa de significativo acréscimo nas vendas porque o setor todo possui produtos especiais para comercialização. Então fundamentalmente nos festejos de fim de ano, o setor espera ampliar sua participação dentro do status de consumo de alimentos do brasileiro. Este incremento em comparação a outros trimestres varia entre 5% e 10%, mas são avaliações muito prévias e que dependem muito de cada ano”, destaca.

O vice-presidente do Sindiavipar acrescenta que todas as aves festivas, de todas as agroindústrias e cooperativas do Paraná, são produzidas dentro do Estado, que abastece o mercado local e outros estados do Brasil.

“O Paraná é um grande exportador, inclusive. Estas aves festivas são um importante segmento da atividade de produção dentro do escopo de produção das empresas paranaenses e das empresas que atuam dentro do Estado porque representam um incremento importante na produção, na receita, na participação de mercado e, fundamentalmente, no gosto do brasileiro, que tem este hábito de consumir essas aves festivas.”

São diversas aves, desde as aves de maior peso, até mesmo o peru, que também é uma ave que tem um mercado muito significativo dentro da tradição do consumo no Brasil.

EMPRESAS

Segundo o Sindiavipar, todo peru consumido no Brasil hoje é produzido por duas empresas, uma com sede no Paraná, também com produção nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“Essas duas empresas possuem essa distribuição da sua produção. Então, o peru é uma ave importante nos comemorativos de final de ano. Também é um produto importante para o mercado de exportação. Ele tem uma produção dentro do estado do Paraná em Francisco Beltrão”, destaca Ribas.

EXPECTATIVA

A cooperativa agroindustrial Copacol está com uma expectativa extremamente positiva para este Natal.

Segundo a empresa, a Ave Navidad é o carro-chefe a ser comercializado neste período, produzida a partir de aves de linhagens especializadas com peso selecionado, atendendo ao prazo máximo de abate.

Um dos diferenciais do produto apontado pela cooperativa é ser livre de hormônios, seguindo todos os rígidos controles de qualidade, com alimentação das aves à base de milho e soja.

A Copacol defende que o prato é ideal para ocasiões especiais, com carne macia, suculenta e saborosa, destacando-se por ser uma proteína saudável e barata, ótima alternativa nas festas de fim de ano.

“Para 2021, estamos prevendo um aumento de 25% no volume de produção da Ave Navidad, na comparação com os anos anteriores. Esse aumento acompanha o crescimento interno per capita do consumo de carne de frango dos últimos anos”, projeta Carolyne Godoy, supervisora de Pesquisa e Desenvolvimento da Copacol.

Ave Navidad: Copacol espera vender 25% a mais neste final de ano em comparação a 2020
Ave Navidad: Copacol espera vender 25% a mais neste final de ano em comparação a 2020 | Foto: Divulgação

Ao todo, entre todas as aves abatidas, a produção na Copacol deverá passar dos 200 milhões de cabeças neste ano. É preciso destacar que o volume total inclui não apenas a Ave Navidad, mas toda a produção avícola, que deverá alcançar 476,6 mil toneladas de carne até o final de 2021.

PROTAGONISMO

O vice-presidente do Sindiavipar reforça o quão resiliente e protagonista tem sido a avicultura no estado do Paraná e no Brasil, mas especialmente no território paranaense. “Toda a atividade de produção de aves vem saindo, vem vindo de um desafio muito grande, o da pandemia, que trouxe inúmeras questões relevantes, mas o setor mostrou sua força para conseguir superar.”

Ribas Junior ressalta que, mesmo com a pandemia, o setor conseguiu, por exemplo, gerar muito emprego e riqueza para todo o estado do Paraná, para todos os municípios que estão envolvidos.

“Desafios adicionais foram se somando a isso, como o desafio do grão, trazendo custos adicionais para toda a cadeia de produção. Mais recentemente, as tarifas públicas, como combustível e energia elétrica. Outros desafios do pós-pandemia, como dificuldades no abastecimento de diversos insumos, como plástico, aço e papelão. Tudo isso foi se somando e trazendo desafios adicionais, mas mesmo nesse cenário, o setor mostra suas competências e conseguiu manter suas atividades em alto nível, com altíssima qualidade.”

Segundo o vice-presidente do Sindiavipar, ao superar essas dificuldades, o setor consegue acessar bons mercados, bater recordes de exportação e participar ativamente do prato do consumidor, gerando emprego para todas as regiões e riqueza para o país.

“Esse é um cenário importante e que agora, especialmente neste final de ano, deixa uma expectativa bastante alta de nós termos um trimestre positivo para o setor, em que a gente consiga participar com os volumes esperados e com os retornos esperados. O setor precisa ter o seu retorno para que continue investindo tecnologicamente e qualitativamente para que se mantenha em alto nível de competitividade em relação a outros resultados do país e em comparação a outros países”, conclui o vice-presidente do Sindiavipar.

PERU

No Paraná, somente 10 municípios criam peru para corte, apenas 2,5% do total das cidades paranaenses.

O município de maior destaque, segundo o VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de 2020, a riqueza produzida pela atividade, foi Vera Cruz do Oeste, na região de Cascavel, com 530 quilos abatidos de peru no ano passado, o que representou um VBP de R$ 19,9 mil.

Os outros nove municípios paranaenses que criaram peru para corte no ano passado foram Ariranha do Ivaí, Faxinal, Godoy Moreira, Grandes Rios, Iguatu, Paula Freitas, Peabiru, Rosário do Ivaí e Santa Lúcia.

Incluindo Vera Cruz do Oeste, os dez municípios criadores de peru abateram 1.400 kg de peru no ano passado, totalizando um VBP de R$ 51,2 mil.

CARNE SUÍNA

Custando hoje cerca de 40% menos que a carne bovina, a carne de porco estará mais presente nas ceias de Natal e Ano Novo do brasileiro. A alta dos preços da carne bovina acabou levando boa parte dos consumidores a optar pela proteína suína, que deve ter um crescimento de consumo per capita neste ano de 5%, representando 16,90 quilos por pessoa, contra 16,06 quilos de 2020, segundo estudo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgado no final de setembro.

Imagem ilustrativa da imagem Setor avícola projeta  crescimento de até 10% com as festas de fim de ano
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A expectativa de aumento no consumo é tanta que a RPF Group, empresa fornecedora de proteína suína, com unidades em Ibiporã e Bocaiúva do Sul, lançou uma linha especifica para as festas de fim de ano, com cortes natalinos. O gerente comercial do grupo, Marcos Pezzutti, conta que os lançamentos foram enviados aos supermercados já no início do mês de dezembro e incluem lombo e alcatra em versões já temperadas, prontas para ir ao forno, além de sobrepaleta e pernil com osso fracionado, in natura. “Temos uma nova realidade nas famílias, que buscam mais variedade e qualidade e é esse público que esperamos".

Os novos cortes Rainha Alimentos estão concentrados na unidade industrial do RPF Group de Ibiporã, que hoje abate cerca de 2.100 cabeças/dia e está passando por uma ampliação, com a construção de uma nova fábrica de farinha de carne/ossos e ainda uma fábrica de banha.

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