Se você pede um almoço em um aplicativo de delivery, parece fácil saber de que restaurante vem a entrega. Mas, de fato, quase tudo que está recebendo vem mesmo de alguma propriedade rural. Só depois de um longo trajeto do campo ao restaurante é que o alimento chega à sua mesa.

Assim, para ter certeza de obter um produto de qualidade em seu prato ou na gôndola do supermercado, é preciso aplicar algo denominado de rastreabilidade. E, com a recente entrada em vigor de nova legislação sobre rotulagem, esse conceito se torna ainda mais relevante. Não é suficiente saber o que está contido na embalagem. Se o alimento é bom ou não, depende de como e onde foi produzido e como se deu seu processamento e transporte até chegar ao consumidor final.

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A rastreabilidade é o sistema que vai coletar, organizar e disponibilizar as informações sobre o alimento que estamos consumindo. Esse sistema deve permitir o acompanhamento do produto em todo seu trajeto dentro da cadeia produtiva, desde o campo até o consumidor final, esteja ele no Brasil ou no exterior.

Para isso deveremos ter uma grande demanda por Inovações que permitam esse acompanhamento e a identificação de problemas, tanto por parte das próprias cadeias produtivas como pelos consumidores finais. E essa identificação de entraves, por sua vez, pode e deve dar origem à busca de inovações que levem à sua superação.

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No âmbito da propriedade agrícola (o “dentro da porteira”) isso significa uma grande demanda por ferramentas de gestão que facilitem a coleta, organização e análise de dados e informações, pois os elos a jusante da cadeia produtiva (o “depois da porteira”) vão necessitar desses bancos de dados. Neste quadro entram tanto as tecnologias de gestão propriamente ditas, como a busca de sensores que permitam acompanhar as condições em que se deu a produção dos alimentos.

Resumindo, a rastreabilidade é uma importante ferramenta para se garantir que os produtos cheguem ao consumidor com um nível adequado de qualidade e, além disso, uma ótima maneira de se buscar os aspectos das cadeias produtivas que justificam investimentos em inovação.

Paulo Sendin, engenheiro agrônomo, membro da Governança AgroValley