Tem muitas delícias caseiras, conversa jogada fora, aconchego, encontros, reencontros e o mais importante: muito amor envolvido. Natal na roça é assim.

Imagem ilustrativa da imagem Natal na roça: momento repleto de delícias caseiras, aconchego e amor
| Foto: Gustavo Carneiro

A chácara dos empresários Marcus Wagner Ranciaro e da esposa, Márcia Cristina Jovellone Ranciaro, será palco pelo segundo ano consecutivo da ceia natalina, em Cornélio Procópio (PR). Palco porque a programação gastronômica promete dar show.

Só de citar o cardápio já dá água na boca. A leitoa, sacrificada 5 dias antes do Natal, foi totalmente preparada para ser um dos destaques à mesa. Os miúdos – coração, fígado – foram adicionados ao bacon e à calabresa para fazerem parte da farofa que recheia a protagonista. Para acompanhar, geleia de abacaxi com pimenta, também uma produção própria.

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E se você pensa que a galinha caipira tem carne dura, basta sacrificá-la novinha. É a dica do casal. Após o sacrifício precoce, o defumador promove aquele preparo especial e sabor inigualável à ave. “Galinha caipira novinha tem a carne mais macia”, ensina Marcus. Delícia que estará no prato principal e também no aperitivo – também será utilizada para o preparo do salpicão.

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Antes do banquete principal, não vão faltar aperitivos em uma tábua de frios muito completa. Parte da produção dos queijos nozinho e cabacinha defumado vai estar na mesa da família. Também não vão faltar espetinho de queijo fresco com tomatinho, coalhada seca com cebola e tomatinho confit. Tudo produzido pelo casal no sítio a partir das matérias-primas que produzem e cultivam.

Mesa de aperitivos também será caprichada neste ano, com queijos produzidos na chácara
Mesa de aperitivos também será caprichada neste ano, com queijos produzidos na chácara | Foto: Arquivo pessoal

A tábua também terá tomate seco. A preparação é um processo longo: após tirar a semente, misturar açúcar e sal, o tomate é colocado na grelha com fogo baixo à lenha. “Demora 2 dias para ficar pronto, mas alguns secam mais rápido”, disse Marcus. Saindo da grelha, o tomate seco ganha um toque de orégano e azeite de oliva, sendo colocado no vidro para ser reidratado e consumido.

Com tanta variedade vinda da produção na chácara, o casal deverá comprar apenas o quibe cru, o pão sírio, o salame e a azeitona para completar a tábua de frios – além da carne seca para compor o escondidinho com mandioca (produzida na chácara), um dos pratos principais. “A gente vai comprar pouca coisa”, diz Márcia. “Praticamente só a cerveja a gente não está fazendo, por enquanto”, brinca Marcus.

Além de estar nos aperitivos, a coalhada seca também ganhou espaço na sobremesa, na combinação com geleia de morango. Para fechar a ceia com chave de ouro, também vai ter doce de leite com coco e licor de jabuticaba.

Para degustar tantas delícias preparadas pelo casal, estarão presentes o filho João; o pai da Márcia, José; o irmão da Márcia, Henrique e a noiva, Flávia. “Também tem vários amigos que sempre passam aqui. Uns vêm e passam, outros vêm e ficam”, lembrou Marcus.

ALMOÇO

O almoço de Natal será composto praticamente pelas sobras da ceia da noite anterior (popular “já-te-vi” ou “restôdontê”), mas com um acréscimo saborosíssimo que promete. “Meu vizinho aqui na chácara é dono de frigorífico e nos mandou um pernil de carneiro. Vamos fatiá-lo e colocá-lo na grelha”, disse Marcus.

Marcus e Márcia dizem que o cardápio semelhante ao natalino costuma se repetir em diversos momentos do ano, pelo fato de a produção das delícias ocorrer no cotidiano do casal. Para eles, o prazer de produzir a ceia nessa data está em servir o próximo.

“O pessoal que vem e ceia fica maravilhado. É uma sensação de prazer muito grande perceber isso entre os nossos parentes e amigos”, destaca Marcus. E Márcia acrescenta: “O cardápio traz à tona muita memória afetiva. A pessoa toma o licor de jabuticaba e lembra da avó, por exemplo.”

MUDANÇA DE RUMO

Quem viu o casal Marcus e Márcia há menos de dois anos, em uma rotina alucinada trabalhando como decoradores de festas, nunca poderia imaginar que ambos se fixariam no campo – a chácara havia sido comprada inicialmente para abrigar um espaço para festas, mas a pandemia mudou os rumos do negócio.

Como o trabalho no campo – iniciado praticamente junto com o início da pandemia – já vem dando bons frutos, o casal pretende reduzir bastante o atendimento aos clientes para decorar festas. “Não vamos parar de imediato, mas faremos festas menores”, disse Marcus.

Por conta dos efeitos da pandemia sobre a suspensão de eventos, 2022 será movimentado para o casal, já que quase 100% dos clientes remarcaram as datas canceladas para o ano que vem. Em janeiro, o casal retomará o recebimento de orçamentos novos.

VARIEDADE

Na chácara com pouco mais de 9 alqueires, o casal cria hoje galinhas caipiras, 25 vacas leiteiras e porcos.

Entre os produtos comercializados atualmente estão linguiça recheada, queijos fresco, nozinho e cabacinha defumado, doce de leite, doce de abóbora com coco, coalhada seca, ricota, licores de jabuticaba e de morango, geleias de abacaxi com pimenta, morango, jabuticaba, laranja com damasco e de goiaba. Outros destaques são o molho de tomate, tomate confit e tomate seco.

FONDUE PREMIADO

A ceia no campo já virou tradição para a família do produtor rural Leomar Melo Martins, que fabrica queijos há 18 anos em Santana do Itararé, no Norte Pioneiro. Desde quando começou a fabricação, os familiares se reúnem nos finais de ano para celebrar o Natal no Sítio Aliança, propriedade da família.

Para este ano, além de Leomar, a esposa Marisa e os filhos Lucas e Daniela, participarão da ceia, além dos pais dele, sogro e sogra, irmãos e irmãs, tios e sobrinhas.

Imagem ilustrativa da imagem Natal na roça: momento repleto de delícias caseiras, aconchego e amor
| Foto: Arquivo pessoal

O queijo premiado maná concafé será o protagonista da ceia. Em setembro deste ano, a iguaria conquistou a medalha de prata no Mondial du Fromage et des Produits Laitiers de Tours, evento internacional de queijos realizado na França. Ao todo, 900 queijos de 46 países competiram por 331 medalhas. O queijo será utilizado no fondue.

“Na ceia, teremos um fondue de queijos e faremos uma tábua de frios, com quase todos os tipos que fabricamos – maná frescal, maná meia cura, maná cremoso e o premiado maná concafé, além de frutas, sucos e sobremesas feitas com leite das nossas vacas Jersey”, enumera Leomar.

Já para o almoço do dia seguinte, o cardápio terá lasanha recheada com os queijos, além de frango caipira e carne de porco, do criatório do sítio, acompanhados de saladas e de um bom pudim e doce de leite com queijo feito no fogão à lenha. A bebida será suco de maracujá colhido no sítio.

INCRÍVEL

Leomar descreve como uma “sensação incrível” produzir a própria ceia e o almoço natalino com produtos do sítio.

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“Depois de quase dois anos de separação pela pandemia, vamos nos reencontrar. Chega a ser emocionante essa espera pelo reencontro. E comer o que produzimos não tem preço. Estarmos no campo nesse momento tem um gostinho especial, de liberdade e de paz”, destaca Leomar.

Leomar lembra que, além da ceia, não faltará o momento de ação de graças e agradecimento a Deus por mais uma celebração do nascimento de Cristo em cada coração. A família também fará o tradicional amigo secreto, que não pode faltar.

“É um momento mágico de reflexão podermos celebrar a ceia em família, sem dúvida é um presente de Deus”, conclui Leomar.

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