A cafeicultura paranaense ocupou em 2024 praticamente a mesma extensão territorial do ano anterior, mas a produção foi 8% menor. A confirmação da informação que a Folha de Londrina antecipou na reportagem dos dias 5 e 6 de outubro, "Safra de café tem baixa produtividade e preço alto", veio do último boletim do Deral (Departamento de Economia Rural) órgão ligado à Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento).

Segundo o Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 4 a 10 de outubro, em razão da valorização dos preços recebidos pelos produtores, com a saca beneficiada superando em até 73% os valores de 2023, o rendimento tem sido maior.

Conforme o documento, a safra de café deste ano já está totalmente colhida. Ela ocupou 25 mil hectares e a estimativa é uma produção de 40,2 mil toneladas. No ano passado foram obtidas 43,9 mil toneladas. Os produtores conseguiram comercializar a saca beneficiada por R$ 1.247,17, em média, durante setembro deste ano. Valor bem superior aos R$ 720,57 de setembro de 2023.

Ainda segundo o Deral, a alta estimulou a venda, que alcançou 41% das 670,6 mil sacas produzidas no ciclo. No mesmo período da safra anterior estava em 13%. É possível projetar que o VBP (Valor Bruto de Produção) do café supere R$ 750 milhões em 2024, valor 33% maior que os R$ 562,8 milhões obtidos em 2023.

CLIMA

A expectativa é que isso ajude a amenizar, ainda que momentaneamente, a tendência de retração de áreas dedicadas ao café no Estado. “A longo prazo, a tendência ainda é de encolhimento desta atividade rural, em razão das dificuldades de sucessão familiar e obtenção de mão de obra, somadas à grande concorrência com a produção de grãos no Estado”, analisou o agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.

De acordo com ele, a segunda década do milênio apresentou preços pouco atrativos para os produtores e muitos operaram no prejuízo. “Além disso, as dificuldades climáticas ainda são presentes, como a marcante frente fria de julho de 2013 que ocasionou grande erradicação de cafezais, que até então ocupavam 65 mil hectares, área duas vezes e meia superior à atual”, disse Godinho. (Com Agência Estadual de Notícias)