Londrina acaba dar o start no projeto de tecnologia de alimentos Foodtech, desenvolvido pelo IFPR (Instituto Federal do Paraná) com atuação em três frentes distintas: ensino, cursos e pesquisas.

O projeto está sendo implantado de maneira paulatina. Desde o início de agosto, alunos do instituto já estão realizando projetos em sala de aula sobre o tema. Até o final do ano, a previsão é que sejam ministrados cursos e, a partir de março de 2023, as pesquisas propriamente ditas devem ser iniciadas.

O professor Luiz Diego Marestoni explica que o Foodtech atuará em três frentes distintas
O professor Luiz Diego Marestoni explica que o Foodtech atuará em três frentes distintas | Foto: Gustavo Carneiro

“Sobre as novas pesquisas, estamos fazendo um estudo da região juntamente com a Agro Valley Londrina e correndo atrás de parcerias para ampliar o projeto”, explica Luiz Diego Marestoni, professor do IFPR de Londrina que coordena o Foodtech.

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A inovação na área de alimentos foi um dos principais assuntos discutidos no 15° EncontrosFolha, realizado em 28 de julho de 2022, com o tema “Agricultura digital: a tecnologia como protagonista no campo”. Durante o evento se falou sobre a necessidade da inovação caminhar lado a lado à agricultura para garantir a segurança alimentar.

Acompanhe a entrevista com o professor Marestoni.

Quais demandas o Foodtech pretende atender?

O projeto Foodtech pretende atender a diversas demandas do setor de transformação de produtos alimentícios da região de Londrina. Dessa maneira, pretende-se atender a demandas de prestação de serviços, consultorias, pesquisa, desenvolvimento, desde empresas de grande porte até startups. Com isso, espera-se incentivar o desenvolvimento regional nos setores agrícola e de alimentos de Londrina. Em parceria com a Agro Valley de Londrina, o Foodtech já tem levantado várias demandas para a região e, com o apoio de empresas e do poder público, espera-se firmar boas parcerias público-privadas.

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Quando começarão as pesquisas propriamente ditas?

O laboratório está em fase de implantação. Espera-se que logo em breve possa atender às demandas. Quanto aos pesquisadores, espera-se firmar parcerias com a Universidade Estadual de Londrina (de onde a maior parte dos pesquisadores do IFPR vêm), com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, com a Embrapa, com o IDR e empresas privadas.

Como será a estrutura para os pesquisadores?

Pretende-se em breve construir um prédio próprio para o projeto, onde esses pesquisadores possam trabalhar. Atualmente o laboratório está sendo instalado nas dependências da Unidade Norte do IFPR Campus de Londrina. Demandas mais básicas já são possíveis de serem atendidas, no entanto, existe a busca constante pelo aprimoramento dos equipamentos e possibilidades.

O IFPR fará parceria com alguma outra instituição ou parceiro para viabilizar as atividades?

Atualmente o projeto tem parceria firmada com a prefeitura de Cambé, onde serão possivelmente ofertados três cursos pelo laboratório: produtor de cerveja (200 horas), boas práticas de manipulação de alimentos (40 horas) e boas práticas agropecuárias para produção de leite (40 horas). A previsão é que os cursos tenham início até o final deste ano.

Boas práticas agropecuárias para produção de leite é um dos primeiros cursos oferecidos pelo projeto do IFPR, em parceria com a prefeitura de Cambé
Boas práticas agropecuárias para produção de leite é um dos primeiros cursos oferecidos pelo projeto do IFPR, em parceria com a prefeitura de Cambé | Foto: iStock

Como foram viabilizados os recursos?

Os recursos foram disponibilizados por emenda parlamentar [em respeito à lei eleitoral, não pode ser citado o parlamentar]. Foram destinados mais de R$ 500 mil para estruturação de dois laboratórios de informática e equipamentos para preparo e análise de alimentos.

Cada universidade conta com seus equipamentos e laboratório de análises. No entanto, o foco do projeto seria a interação, a aproximação com as oportunidades de desenvolvimento de novos produtos, oportunidades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, que os pesquisadores estão dispostos a oferecer e buscar nas universidades e institutos de pesquisa parceiros.

Como a tecnologia de alimentos impacta no consumidor final?

Alimentos mais nutritivos, saborosos e balanceados são exemplos clássicos do que se pode esperar nas pesquisas. No entanto, pode-se pensar no desenvolvimento da cadeia agropecuária do país, já que o setor de alimentos é parte integrante dela. A indústria de processamento e transformação de alimentos é estratégica para gerar valor às commodities agropecuárias produzidas de maneira tão eficaz em nosso país.

Gostaria de acrescentar mais alguma informação?

As universidades estão de portas abertas para entender as dores que as empresas têm passado. A inovação e o desenvolvimento de novos produtos, a princípio, parecem ter um custo elevado. No entanto, ao se observar em médio prazo, verifica-se que a sobrevivência das empresas depende desse investimento. Dessa maneira, quando as empresas entenderem as oportunidades que as universidades têm e as demandas da academia, parcerias estratégicas podem ser firmadas, de maneira que todos possam sair ganhando.

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