Salsicha, patê e embutido figuram entre os novos alimentos produzidos a partir da tilápia, em laboratório, por pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos. O desafio agora da instituição é buscar parceiros para que as invenções cheguem ao mercado consumidor.

Durante o processo de produção, a salsicha de tilápia foi produzida utilizando também a fibra de abacaxi, sendo cozida e depois do resfriamento foi embalada a vácuo e armazenada sob refrigeração. “Os ingredientes são misturados no cutter e a massa é embutida”, explica a pesquisadora Angela Furtado. O produto conta com teor reduzido de sódio e sem qualquer uso de corantes.

Imagem ilustrativa da imagem Embrapa desenvolve novos produtos a partir de tilápia
| Foto: iStock

De fácil digestão, o patê foi elaborado com uso de carne mecanicamente separada de tilápia e fibra de abacaxi, além de temperos, fibra, entre outros ingredientes. A mistura também foi feita no cutter e a massa foi colocada em latas fechadas e esterilizadas colocadas em autoclave. Após o resfriamento, as latas foram armazenadas em temperaturas ambiente.

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Do estilo apresuntado, o embutido de tilápia teve a massa moldada na forma cilíndrica e envolvida com filme plástico tipo cook-in, cozido e conservado sob refrigeração. Assim como outros embutidos (mortadela, por exemplo), pode ser consumido fatiado.

COSMÉTICOS

Altamente proteico, o hidrolisado de gelatina de tilápia é um ingrediente que pode ser usado em alimentos, cosméticos, em cápsulas ou em pó como produto natural, nutracêutico ou suplemento alimentar. Atua como regenerador da pele e de cartilagens. A Embrapa Agroindústria Tropical produziu a gelatina de tilápia que foi usada na produção do hidrolisado.

Além de criar novos produtos, a pesquisa tem um caráter sustentável, visto que são utilizados resíduos do processo de filetagem da tilápia para se chegar ao hidrolisado proteico.

FILÉ DE TILÁPIA

Produto principal da tilápia, o filé representa somente 30% do peixe. Os outros 70% que sobram do processo de filetagem são considerados sem grande valor comercial, usados especialmente na fabricação de farinha de peixe e ração.

“As pesquisas para chegar a esses quatro produtos tiveram início em 2015. Os produtos foram desenvolvidos de forma independente, mas dentro de um mesmo projeto. Esses produtos estão em escala-piloto”, pontua.

Não há, portanto, um prazo definido para que esses produtos cheguem ao mercado. “Para chegar ao consumidor final, é preciso validar esses produtos em escala industrial, sendo que o custo vai depender do volume que será produzido. São produtos novos que vão competir com os produtos tradicionalmente vendidos hoje nos supermercados”, acrescenta.

PARCERIA

Os novos produtos integram o Projeto BRS Aqua, uma parceria entre Embrapa, BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca/Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

Trata-se de uma rede, coordenada pela Embrapa Pesca e Aquicultura, e dela fazem parte mais de 240 empregados de 23 unidades da empresa, além de mais de 60 parceiros, entre públicos e privados.

SERVIÇO

Para emplacar os novos produtos junto ao amplo mercado consumidor, a Embrapa busca parceiros.

Empresas interessadas nesses produtos podem contatar o setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agroindústria de Alimentos por meio do e-mail: [email protected].