Pipa, carrinho de rolimã, peteca, brincadeiras de pega-pega com vários nomes e alternativas, passar anel, 5 marias, esconde-esconde, amarelinha, pé de lata, bolinhas de sabão (com canudo de folha de mamoeiro ou com aquele macarrão furadinho com o qual tomávamos, também, refrigerantes), bambolê, mãe-da-rua, morto-vivo, batata-quente, telefone sem fio, cobra-cega, cama-de-gato, pular corda, pião, bolinha de gude e outras eram nossas brincadeiras na infância.

Imagem ilustrativa da imagem DEDO DE PROSA - Brincadeiras de criança
| Foto: .Marco Jacobsen

Foi uma infância e adolescência prazerosa e inesquecível. Tempo que compreendia não apenas a infância, mas também a pré-adolescência e boa parte da adolescência.

Nesse tempo não havia divisão entre meninos e meninas, todos brincavam juntos e...na rua.

Tudo tinha regras, tal e qual fossemos adultos. Mas, se não houvesse regras para certa brincadeira, era uma democracia só: criávamos as regras e íamos votando até ficarem a contento de todos.

Nós, além de não termos preguiça de brincar, também tínhamos criatividade para fazer nossos brinquedos e sem pedir materiais para os pais. Acontecia que, depois de concordarmos qual seria a brincadeira seguinte, cada qual que pudesse contribuir para ela ia em busca do material ou de parte dele em sua casa e tchamtchamtcham... apareciam os materiais e púnhamos mãos à obra a fazer o brinquedo que, terminado, nos convidava a testar.

Alguns exemplos de processo de construção de brinquedos era 1 - fazer o carrinho de rolimã: um trazia rolimãs, outro as madeiras, outros ainda traziam pregos e ferramentas e até borrachas de pneus. Material coletado, havia aqueles que se apressavam a pregar, outros a colocar os suportes para as rolimãs, e havia pintores e todos os “profissionais” estudavam os meios de melhor fazer e, ainda, conversavam para entrar em acordo sobre as tarefas; 2 - pés de lata: alguém arrumava latas, outros os barbantes para nos equilibrarmos em cima e, às vezes, até pintavam ou decoravam o brinquedo construído; 3 – jogo das pedras: traziam tecidos, linhas, agulhas e quem soubesse e quisesse fazia os saquinhos.

Nós nos ralávamos, furávamos pés com cacos de vidro, pregos enferrujados ou estrepes, brigávamos entre nós e “desbrigavamos” sem a ajuda de qualquer genitor... e ninguém ficava ressentido/melindrado com o que ocorria durante as brincadeiras.

De forma que um dia se tornava pouco para brincarmos. No outro dia, começávamos de novo nossa gostosa meninice.

Marina Irene Beatriz Polonio é leitora da Folha

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