O Sistema Faep/Senar-PR retomou o curso gratuito “Seguro agrícola para grãos”. O foco está nesse tipo de cultura porque são as que mais provocam sinistros de seguro rural no Paraná. Hoje, no entanto, apenas 37% da área plantada no Paraná é segurada.

O curso é ministrado em três dias. O módulo de Introdução ao Seguro Rural trata dos principais conceitos, da importância de se contratar o seguro rural, além das políticas de subvenção dos governos federal e estadual.

O módulo Mercado de Seguros Rurais, por sua vez, trata dos tipos de seguros disponíveis, condições de contratação, coberturas e simulação de cálculos.

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Por fim, no último dia de curso, o conteúdo é focado nos procedimentos em caso de sinistro e os pontos de atenção que o participante precisa ter para evitar problemas quando precisar acionar o seguro.

O público-alvo é composto por produtores que querem conhecer mais sobre o mercado, políticas e produtos de seguros agrícolas ou que já contratam e querem aprimorar seus conhecimentos sobre o tema.

Além disso, profissionais que atuam na assistência técnica pública e privada, funcionários de sindicatos e de instituições financeiras são um público contemplado nesse projeto, pois assessoram o produtor rural na contratação e durante a vigência da apólice.

Impacto

Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar-PR, explica que o curso visa fomentar e difundir a importância da contratação do seguro para que o produtor reduza o impacto financeiro de uma eventual perda climática.

“Quanto mais produtores contratam seguro, para diferentes cultivos, de diferentes regiões e em diferentes épocas do ano, mais barato e acessível ele fica para todos. Além disso, após um ano de muitas perdas registradas na agricultura, o curso ganhou uma importância adicional, de ser um instrumento para redução dos conflitos entre seguradoras, corretores e produtores rurais, trazendo transparência e entendimento das condições de contratação e dos direitos e deveres de cada parte”, pontua.

Ela acrescenta que hoje, no Paraná, os sinistros mais comuns que provocam acionamento do seguro são para as duas principais culturas agrícolas do Estado, soja e milho. “As principais causas históricas de sinistros são seca e geada”, pontuou.

Recorde

O produtor paranaense é o que mais contrata seguro no âmbito das apólices subvencionadas pelo governo federal, com 28% da área nacional segurada.

“Apesar disso, apenas 37% da área plantada do Estado é segurada, o que demonstra o potencial de contratação que temos. O seguro está mais fácil de ser contratado, aumentaram o número de corretoras e seguradoras trabalhando com seguro rural e compreendendo melhor o funcionamento deste ramo. Assim como técnicos e empresários rurais, que têm aprimorado o conhecimento na área e adotam o seguro como estratégia de gestão de riscos.”

Instrutores

O curso será ministrado por três instrutores, com muita experiência e conhecimento no ramo.

Gilson Martins é engenheiro florestal formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), mestre em Economia e Política Florestal, Marketing e Economia Internacional pela mesma universidade e doutor pela Universidade de Freiburgo. Desde janeiro de 2018, é professor adjunto no Departamento de Economia Rural e Extensão da UFPR.

Odair Machado é engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP, com 20 anos de atuação em multinacionais como Adama, Monsanto e SGS. Atuou no grupo BBMapfre e desde 2017 é empresário na área de tecnologia no ramo de seguros rurais.

Luiz Antonio Digiovani é engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP, com especialização em Finanças pelo IBMEC e em Gestão Pública pela Fundace/USP. Atuou como gerente na área de crédito rural da Superintendência do Banco do Brasil no Paraná. Foi superintendente técnico na Faep, além de superintendente de operações de seguros rurais no Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre. Atualmente é socio-proprietário de uma corretora.

Dúvidas

Digiovani destaca que os principais questionamentos hoje feitos por agricultores sobre seguro rural estão relacionados às coberturas oferecidas pelos seguros e os critérios para a indenização.

“É muito importante o produtor se informar sobre o período de plantio recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos para a cultura no seu município, pois se ele realizar o plantio fora desse período, ele perde o direito à indenização. Também é necessário que o produtor identifique corretamente a área onde será plantada a cultura segurada. E qualquer alteração deve ser comunicada imediatamente à seguradora”, explica.

Cuidados

Digiovani diz que, na hora de contratar o seguro, o agricultor deve levar em conta alguns requisitos para fazer a melhor contratação possível, como saber exatamente quais são os riscos cobertos pelo seguro que está contratando, suas obrigações em caso de ocorrência de um evento climático que prejudique a lavoura segurada, a documentação exigida e os prazos para comunicar a seguradora.

Sobre o custo do seguro rural, Digiovani destaca que, de forma geral, o preço do seguro rural é viável para pequenos e médios produtores, mas pode depender da cultura que o agricultor está plantando e querendo contratar a proteção.

“Por isso é necessário estar bem informado. O Programa de Subvenção do Ministério da Agricultura contribui para tornar o seguro mais acessível para os produtores e, nos últimos anos, o volume de recursos tem apresentado um crescimento importante para atender a demanda dos produtores”, destaca.

Ele acrescenta que, nas últimas safras, os prejuízos ocasionados aos produtores têm sido muito elevados e as indenizações do seguro rural vêm contribuindo para o produtor conseguir continuar investindo nas suas atividades sem precisar fazer renegociação das suas dívidas.

“Esse é um dos aspectos fundamentais que demonstram a importância dessa proteção para o produtor e para todos os segmentos da cadeia produtiva, como cooperativas, revendas de insumos e instituições financeiras”, conclui.

Serviço

As turmas dos cursos gratuitos serão formadas por ordem de inscrição. Os participantes serão contatados por e-mail e telefone informados no cadastro.

O curso possui carga horária de seis horas, divididas em três módulos, sendo um por dia, com 2 horas de duração cada, com aulas ao vivo e online. O horário das aulas é das 15h às 17h, às terças, quartas e quintas-feiras. São duas turmas por mês programadas até junho.

Os interessados devem se inscrever no site: sistemafaep.org.br/curso-seguro-agricola/.

Para mais informações, basta entrar em contato pelo telefone (41) 2169-7923 ou pelo e-mail [email protected].