A China é o grande comprador do complexo soja (grãos, farelo e óleo) produzido no Paraná. No ano passado, o país oriental comprou 12,2 milhões de toneladas provenientes do Estado, o que representa mais de 70% de toda a soja exportada pelos produtores paranaenses – 17,3 milhões de toneladas. O valor das exportações, ao todo, superou os US$ 6 bilhões, 36,8% de toda a exportação paranaense e 17% de toda a soja vendida ao exterior.

Para abastecer o crescente mercado interno, a China importa do Brasil aproximadamente 20% dos produtos agropecuários mundialmente, o que torna o país asiático um importante parceiro comercial brasileiro.

Imagem ilustrativa da imagem China é o grande comprador de soja dos produtores paranaenses
| Foto: Agência Estadual de Notícias

Para o Paraná, o país oriental exerce grande influência na liderança da soja na participação no VBP (Valor Bruto da Produção) no Estado.

Segundo os dados mais recentes do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão da Secretaria de Estado da Agricultura, a cultura gerou uma riqueza de R$ 19,9 bilhões em 2019, o que representa 20% do VBP de toda a produção agropecuária do Estado, R$ 97,7 bilhões.

A soja foi a protagonista do CBSoja GoLive, plataforma on-line da Embrapa Soja que antecede a realização do 9º Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e do Mercosoja, a serem realizados em maio de 2022, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento foi realizado na última segunda-feira (28), com enfoque no debate que envolve a produção sustentável de soja e o mercado internacional de grãos e farelo de soja. Até o congresso, serão realizados cinco eventos técnicos virtuais.

A chefe do Núcleo China do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Larissa Wachholz, apresentou os principais desafios e as oportunidades para a manutenção de um relacionamento de confiança estabelecido entre Brasil e China, assim como destacou os principais temas para o agronegócio na agenda entre os países.

“Os temas atuais e que também deverão permear o relacionamento futuro dessa parceria são a segurança alimentar, a segurança na produção do alimento e a sustentabilidade do processo produtivo”, afirmou.

Para Larissa Wachholz, a segurança alimentar é um dos pilares da relação entre Brasil e a China no agronegócio e está no cerne deste relacionamento de confiança em que o Brasil se tornou um grande fornecedor de produtos para os chineses.

“Eles estão cada vez mais preocupados com a qualidade e a segurança sanitária do alimento que consomem. Os consumidores querem assegurar que o alimento é seguro e de qualidade e que foi produzido em ambiente sem poluição ambiental. O Brasil se tornou um parceiro de confiança e a quantidade de alimentos exportada atesta a confiança que os chineses depositam na qualidade dos produtos brasileiros”, pontuou.

SUSTENTABILIDADE

O pesquisador Henrique Debiasi, da Embrapa Soja, destacou que o Brasil adota boas práticas agrícolas que resultam em processos produtivos sustentáveis. “Muitas tecnologias geradas pela pesquisa permitem ao sojicultor brasileiro praticar uma das agriculturas mais sustentáveis do mundo”, reforça.

Entre os principais avanços científicos que foram e vêm sendo adotados pelos produtores, o pesquisador cita o plantio direto na palha, sistemas integrados lavoura-pecuária, a fixação biológica de nitrogênio, o melhoramento genético das cultivares, entre outros.

Segundo ele, o uso dessas tecnologias no caso da soja – que ocupa menos de 5% do território nacional – foi capaz de gerar uma economia de 71 milhões de hectares de áreas plantadas.

Exportações de soja por produtores do Paraná superaram os US$ 6 bilhões no ano passado
Exportações de soja por produtores do Paraná superaram os US$ 6 bilhões no ano passado | Foto: iStock

CONEXÃO

O chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, explicou que há mais de 20 anos a Embrapa Soja promove este evento que conecta a academia, a ciência e o setor produtivo.

“Durante a pandemia, trouxemos este novo formato de evento digital e pretendemos continuar fazendo esta conexão entre os diferentes elos da cadeia produtiva da soja”, destacou.

Ele acrescenta que a sustentabilidade sempre permeou as ações de pesquisa e, mais do que nunca, serão investidos esforços científicos que auxiliem na comprovação, em números, da sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

“Tanto o CBSoja GoLive quanto o Congresso Brasileiro de Soja pretendem discutir diferentes aspectos desse pilar da produção agrícola brasileira, aliando agricultura de baixo carbono, bioinsumos e agricultura digital como temas que estarão presentes em nossos debates”, enfatizou.

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