Imagem ilustrativa da imagem A Rua Maranhão
| Foto: Marco Jacobsen

Minha família mudou de Assis para Londrina em 1969 e foi morar na rua Maranhão. Localizada no centro, com algumas lojas comerciais e muitas residências. Meus irmãos que moravam em república e em casa de parentes ficaram felizes por estarem novamente com os pais e irmãos, menos eu que ainda continuava em Assis. Foi uma via-sacra a mamãe sair à procura de escola para os outros irmãos menores. Tarefa difícil, coitada, mas deu tudo certo.

Contávamos como vizinhos, uma distribuidora de bebidas, cujos proprietários eram o sr. Izidro e a dona Júlia Pereira; à frente do outro lado da rua, um posto de gasolina. Os filhos do casal trabalhavam na empresa da família e estudavam. Eram pessoas boníssimas, simpáticas e amigas. Tinham parentes lá no Limoeiro e um dos rapazes, o Nenê, casou-se com a Vera, minha amiga de frente de casa, e seus filhos foram todos meus alunos. A amizade continua até hoje.

O ano era 1970 e a Copa do Mundo era no México. Todos nós estávamos empolgados e assistíamos a todos os jogos da Seleção Brasileira. Acho que a situação em casa não estava fácil, porque não tínhamos televisão, então alguns iam assistir na casa dos vizinhos.

O Idivar, que trabalhava no banco perto da Avenida Paraná, assistia por lá porque algumas lojas colocavam aparelhos de TV na porta, daí as pessoas se juntavam para ver os jogos. O sr. Farias, dono do Supermercado Vila Real, era amigo do papai e nos convidou muitas vezes para assistir na casa dele; oferecia pipoca, salgadinhos e refrigerantes. Parece que nessa época quase todas as televisões eram preto e branco.

Era então, 21 de junho de 1970, o jogo final da Copa do Mundo, a seleção brasileira ia jogar no Estádio Azteca, na Cidade do México, contra a Itália. Fizemos pipoca, torcemos, aplaudíamos as boas jogadas e os gols. E conseguimos a vitória. O Brasil vence por 4 a 1 e se consagra no México campeão da Copa do Mundo de 1970. Isso há 50 anos.

Conquistou o tricampeonato e a posse definitiva da taça Jules Rimet. Foi o melhor time de todos os tempos. Alguns jogadores se destacaram, como o Pelé, Rivelino, Jairzinho, Tostão, Gerson, etc. Quando o jogo terminou, um dos rapazes pegou a camionete e convidou todos para comemorar a conquista do tri. Subimos na carroceria e fomos para a Avenida Paraná, que ainda não era Calçadão, e na Higienópolis, onde a festa estava animada, com buzinaços e fogos. Foi um dia especial para os brasileiros e amantes do futebol.

Moramos na Rua Maranhão por quase três anos. Tivemos uma boa convivência com as famílias que ali moravam, os Piccinin, os Pereira, os Stort, os Farias, uma amizade que ainda perdura. Vamos sempre agradecer a Deus pelas pessoas que Ele coloca em nossos caminhos!!

Idiméia de Castro, leitora da FOLHA!