Era uma vez…

É assim que tem início a nossa história, escrita por nós e por outras pessoas mais, desde antes que nascemos… e crescemos e, depois, de próprio punho a escrevemos.

Cada um tem uma história diferente, podendo ser semelhantes até, mas com uma identidade própria, tantas vezes vivida com alegria, com prazer, outras vezes com tristeza, ou temperadinha, com um pouco de tudo …

A história de cada um, para ser bonita, tem que ter tempestade e calmaria…

Quantas vezes olhamos para o passado de lembranças e dizemos que nossa vida “daria uma linda música”. Bem eclética, com certeza! Letras ingênuas, romances com sofrência, rock in rol, baladas, samba no pé…até arriscaria uns funks pesados, algumas gospel , outras clássicas! A vida não exclui experiências…

No começo da história, nossos olhos miram o futuro, no meio é o presente que pressiona e, no mais adiantado da vida, ah, aí nossos olhos se voltam para o passado, com clareza, com sabedoria, refletindo sobre o que se quer acrescentar e se tem essa vontade. Um tempo urgente porque temos consciência de que o ponto final pode estar mais próximo do que o primeiro parágrafo.

A vida se faz em ciclos e, por que não, em círculos? A gente vai rodando, indo e voltando, procurando sei lá o que nessa roda viva.

Mas a nossa história, na maior parte, somos nós mesmos que a fazemos. Com nossas escolhas, nossas tentativas, nossos erros e acertos e nossa liberdade, ou nossas prisões.

No adiantar dos anos, ganhamos algo muito interessante, que é poder e ter tempo de contemplar a nossa história, o que vivemos ou deixamos de viver, o que fizemos de certo ou errado, até os sentimentos, nas lembranças que nos transportam ao passado e nos enchem de nostalgia.

Reportamo-nos a tempos alegres, leves, espontâneos, quando não conhecíamos o sabor da preocupação e da dor, quando a felicidade era mais sentida.

Esse começo da nossa história mostrava um milhão de folhas em branco à frente, onde iríamos escrever, ensaiar, rabiscar, cantar, dançar, amar, sofrer e ser feliz mas, sem nunca poder apagar nenhum detalhe, ah, quanta saudade da nossa infância!

“Começaria (e escreveria) tudo outra vez” diria o poeta.

É a minha, é a sua, é a história de cada um…

“Quando foi mesmo que saímos a última vez para brincar?

Estela Maria Frederico Ferreira, leitora da FOLHA