Simulados são o segredo para sucesso na prova de matemática
Exercícios que replicam a prova do Enem contribuem para que aluno desenvolva habilidade de identificar os níveis de dificuldade de cada questão
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segunda-feira, 02 de novembro de 2020
Exercícios que replicam a prova do Enem contribuem para que aluno desenvolva habilidade de identificar os níveis de dificuldade de cada questão
Edson Neves/Especial para a FOLHA
Ao lado da redação, um dos pontos fortes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é, com toda a certeza, a prova de matemática. Para sustentar o argumento, basta imaginar que a matemática é a única disciplina isolada no caderno de provas, com as 45 questões elaboradas única e exclusivamente para esse componente curricular. No cronograma do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), as questões matemáticas serão aplicadas no segundo dia de provas, marcado para 24 de janeiro (na versão impressa) e 7 de fevereiro na versão online.
O professor de Matemática do Colégio Marista de Londrina, Anderson Quilles, apontou que a receita de uma boa nota se passa pela essência do treino. Em outras palavras: realização de simulados da prova. Para isso, o primeiro passo é entender como o Enem estrutura as questões. “Ela (prova de matemática) é diferente de outras instituições. Não é apenas uma prova que cobra fórmulas e conceitos a serem decorados. Tem sua contextualização, estabelecendo ligações sobre o que o aluno estuda com o cotidiano”.
Quilles não deixa de considerar o conteúdo matemático, mas reforça a fala através dos conteúdos que constaram em provas anteriores. “Escala, razão e proporção e aritmética, por exemplo, não envolvem tantas fórmulas, por isso a contextualização vale mais”.
Com o aluno tendo dimensão de como se organiza a prova, é hora de iniciar a prática através dos simulados. “Nos últimos anos, prova vem se mostrando ‘padronizada’. Por isso os simulados são de extrema importância, porque praticam fielmente o estilo do Enem. O aluno pratica, cria confiança e desenvolve suas estratégias para o dia”, explica o professor.
Teoria de resposta ao item
Através da prática dos simulados, nas palavras do professor Anderson Quilles, o aluno desenvolve a habilidade de identificar o nível de dificuldade das questões. Já citado na primeira matéria do FOLHA Enem, a chamada TRI (Teoria de Resposta ao Item) é um fator que pode fazer a diferença na nota final. Isso porque o Enem utiliza esse sistema para dar peso às questões. Exemplo: nem todas as questões valem 1. Estas podem valer 0,5 ou 1,5. Por essa teoria, candidatos podem acertar um mesmo número de questões e obterem notas finais distintas. “O sistema de correção pode entender que, se o aluno acertou mais questões consideradas difíceis e menos das consideradas mais fáceis, ele chutou”, comentou.
Sobre o TRI, o portal do MEC (Ministério da Educação) na internet traz que a teoria “pressupõe que um candidato com um certo nível de proficiência tende a acertar os itens de nível de dificuldade menor que o de sua proficiência e errar aqueles com nível de dificuldade maior. Ou seja, o padrão de resposta do participante é considerado no cálculo do desempenho”.
Seguindo as metodologias de avaliação do Enem, o professor de matemática do Colégio Marista acredita que a Teoria de Resposta ao Item pode sim funcionar como um aliado do candidato no dia das provas. “Ao invés de ir logo de cara nas questões mais complexas, o aluno deve garantir o maior número possível as (questões) fáceis e medianas, administrando seu tempo. Assim, a habilidade de identificar o nível do exercício vem com a prática e se insere na sua estratégia”.
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