FOLHA ENEM| Redação tem regras bem definidas e é `termômetro´ para testar candidato
Texto dissertativo-argumentativo exige do aluno repertório de ideias para atender ao modelo proposto no Enem; professor do Colégio Marista fala que redação revela o “tipo de estudante” que cada escola possui
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segunda-feira, 09 de novembro de 2020
Texto dissertativo-argumentativo exige do aluno repertório de ideias para atender ao modelo proposto no Enem; professor do Colégio Marista fala que redação revela o “tipo de estudante” que cada escola possui
Edson Neves/Especial para a FOLHA
Dissertar e argumentar são os dois verbos que resumem a essência da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Conteúdo do primeiro dia de provas – 17 de janeiro de 2021 – a redação não difere das áreas do conhecimento no que diz respeito a estudos. É necessário, sim, estudar redação.
O modelo de texto cobrado pelo Enem nada mais é do que os verbos citados acima: no modelo dissertativo-argumentativo, o aluno deve expor sua opinião (dissertar) e trazer comprovações (argumentar). Para isso, os estudos das diversas áreas trazem repertório e esse repertório, por sua vez, deve ser apresentado de maneira estratégica.
O coordenador de ensino médio do Colégio Marista de Londrina, professor Nilson Douglas Castilho, apontou que uma coisa depende da outra. “O aluno coloca a opinião dele a respeito de determinado problema social, mas não argumenta. Isso pode deixar o texto pobre de conteúdo. É um erro muito comum e acarreta no desconto de nota”. Segundo ele, dados de uma pesquisa e/ou argumentos de autoridades da área correlata ao tema da redação são alternativas para dar ênfase ao texto e reafirmar o que o candidato apresentou.
Castilho ainda explicou por que este formato é o “queridinho” das provas. “Além de mostrar a competência de linguagem, exigindo um texto na norma padrão e com coesão e coerência, o texto dissertativo-argumentativo mostra a habilidade do aluno em lidar com as informações que aprendeu ao longo da vida. A redação revela o tipo de estudante que cada escola tem”.
A redação do Enem exige formalidade. E a escolha correta da pessoa gramatical passa por esse processo. Castilho recomenda que seja utilizada, preferencialmente, a terceira pessoa do singular (ele/ela) ou – em determinada situação - a primeira pessoa do plural (nós). “Isso traz objetividade e impessoalidade”, destacou. A atenção fica para o não-uso, em nenhum momento, da primeira pessoa do singular. “O ‘eu’ pode trazer características de um artigo de opinião, e o aluno pode zerar a redação porque foge da proposta do texto”, alertou o professor.
Início, meio e fim
A “Santíssima Trindade” da Redação do Enem está muito bem definida: o conjunto “introdução, desenvolvimento e conclusão” é muito claro no modelo dissertativo-argumentativo. A introdução deve, obrigatoriamente, apresentar a ideia central do tema com o ponto de vista do aluno. Na sequência, o desenvolvimento compreende a justificativa e a argumentação para o ponto de vista apresentado. Já a conclusão traz a chamada proposta de intervenção. Neste caso, o professor Nilson Castilho faz observações. “(A proposta de intervenção) não é, necessariamente, uma solução. E sim um meio para chegar a esse problema e amenizá-lo. O importante é que o aluno indique no texto quem fará e de que forma será feita essa intervenção”.
Sem fazer previsões
Pelo menos no dia a dia do Colégio Marista, comenta Castilho, não existe o costume de tentar adivinhar o tema da redação. De acordo com ele, a prática pode frustrar o aluno e deixá-lo com a impressão de que o trabalho não foi bem feito. “Trabalhamos os conteúdos nos eixos cultural, social, político e econômico. Esses eixos trazem subtemas da atualidade, mostrando elementos em comum e ajudando-o a criar o repertório exigido para um bom desempenho”.
Revisão é importante
Acabando com o mito de que a redação é “algo que vem do coração”, o professor do Colégio Marista de Londrina prega que o candidato deve encarar com seriedade as correções feitas pelos professores. “Observe os pontos que errou e refaça o texto. Muitas vezes a ideia não está equivocada, somente faltam ajustes para se adequar à proposta do exame”, finalizou.
EXERCITE!
FOLHA ENEM 2020 - Redação
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