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Não é nenhuma surpresa falar que as tecnologias estão presentes no dia a dia das pessoas. Em um mundo cada vez mais digital, a tecnologia auxilia a cumprir atividades do cotidiano, além de ter alterado a forma com que nos comunicamos e nos relacionamos. Smartphones, computadores e as redes sociais, por exemplo, vêm moldando nossas relações com o outro.
Agora, como as tecnologias são apresentadas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)? A palavra, inclusive, aparece nas quatro áreas do conhecimento: Ciências Humanas e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
A Analista de Tecnologia Educacional do Colégio Marista de Londrina, Alessandra Garcia, explica que o aluno deve tomar cuidado para não compreender a tecnologia somente na essência da palavra. “Vai muito além da tecnologia digital. São Indústrias, informação, acessibilidade. Tudo o que promove mudanças no cidadão em formação. A tecnologia promove isso”. Segundo ela, a faixa etária média dos candidatos do Enem são pessoas que já nasceram dentro de um ambiente tecnológico, classificando-os como “nativos digitais”.
No momento das provas do Enem, complementa Garcia, a tecnologia se manifesta de maneira subjetiva. “Não haverá questões que aborde de maneira específica uma determinada tecnologia. Ela (tecnologia) pode estar imersa dentro do conteúdo”.
Para dar exemplos, a profissional utilizou de componentes curriculares como geografia e biologia. “Um enunciado pode falar de mobilidade e mencionar o GPS. Mas não pedirá ao aluno que explique a função da ferramenta, mas sim como ela influencia no dia a dia. Ou um aplicativo que registre os batimentos cardíacos. A prova exigirá uma análise de todo o contexto, e não da função técnica do app”. Em suas palavras, é a tecnologia a serviço da educação.
A única exceção indicada pela Analista de Tecnologia Educacional é quanto à redação. Neste caso, Alessandra Garcia comenta que há a possibilidade do Enem explorar a tecnologia de forma particular. “No tema ou dentro dos textos de apoio, a prova pode trabalhar uma tecnologia de uma forma mais clara. Mas nos cadernos de provas isso não acontece, pois não é característica do Exame”, esclareceu.
Habilidades e suas competências
Nas Ciências Humanas, a matriz de referência do Enem lista, por exemplo, que o aluno deve ter como competência “entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social, e a habilidade de “identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social”.
Nas Ciências da Natureza, uma das competências é “compreender as tecnologias como construções humanas, percebendo seus papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade”. E como habilidade “associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico”.
Enquanto a matriz não estabelece nenhuma competência ou habilidade característica para a matemática, as linguagens visam que o aluno possa “entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos”, com habilidades de “identificar pela análise de suas linguagens, as tecnologias da comunicação e informação; e relacionar as tecnologias de comunicação e informação ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento que elas produzem”. (Edson Neves/Especial para a Folha)