Brasília - Únicos artistas oriundos do funk, Valesca Popozuda e os MCs Marks e Rahell foram prejudicados pelo atraso de mais de duas horas que se acumulou ao decorrer dos vários shows do Festival do Futuro, que aconteceu em Brasília, durante a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A demora, que causou um efeito dominó na programação do evento, fez com que o público na manhã desta segunda (2) já fosse pequeno em comparação às apresentações anteriores. Os shows começaram às 11h de domingo (2).

Assim como Pabllo Vittar, que cantou no festival minutos antes, Valesca sempre se mostrou apoiadora fiel de Lula. O que garantiu sua vaga na escalação do festival também foi, contudo, sua contribuição ao funk com sucessos como "Beijinho no Ombro".

Ao subir o palco cantando essa faixa, Valesca se deparou com uma esplanada esvaziada e o sol prestes a raiar. Apesar do cenário desfavorável, ela conseguiu animar a plateia que ainda resistia após uma maratona de quase 18h de shows.

A funkeira se apresentou usando um boné com as letras "CPX", uma referência ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, acessório que viralizou durante a campanha do atual presidente. Valesca cantou o "Funk do Lula", que ela fez em 2008 para o petista, e se declarou a ele durante a apresentação.

O repertório contou com alguns clássicos do funk de letras explícitas sobre sexo, como "Agora Sou Solteira", do tempo de Gaiola das Popozudas. Ela ainda cantou trechos de "Eu Só Quero É Ser Feliz", de Cidinho e Doca, e "Som de Preto", de Amilcka e Chocolate.

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HOMENAGENS

Evento que reuniu mais de 60 artistas, o Festival do Futuro teve momentos de emoção na noite de domingo, com homenagens a Pelé, Elza Soares, e Gal Costa. Alguns imprevistos e o atraso na chegada de Lula não desanimaram o público.

Morta em janeiro do ano passado, a cantora Elza Soares, que batiza um dos palcos do festival, também foi lembrada. Por duas vezes, os artistas cantaram a música A Carne. Sucesso de Elza, a canção foi lançada em 2002 e traz críticas ao racismo e à escravidão, com o refrão "a carne mais barata do mercado é a carne negra".

A homenagem a Pelé, morto na última quinta-feira (29) em decorrência de um câncer de cólon, começou por volta das 21h10, quando os telões começaram a exibir um vídeo com jogadas do Rei, inclusive o milésimo gol, acompanhado da mensagem “eterno Pelé”. Às 21h13, foi realizado uma salva de palmas ao jogador. Inicialmente previsto para durar um minuto, a salva de palmas durou quase o dobro do tempo.

Dez minutos antes, ocorreu uma homenagem a Gal Costa, que morreu no início de novembro após uma cirurgia no nariz. Um coro puxado pela cantora Thalma de Freitas e acompanhado por outros artistas do show Outra Vez Cantar cantou a música Divino Maravilhoso. Sucesso de Gal, a canção tem como refrão um pedido para aproveitar a vida: “É preciso estar atento e forte. Não temos tempo de temer a morte.”

Com direção musical de Danial Ganjaman, o show Outra Vez Cantar começou por volta das 19h40 e teve a participação de Alessandra Leão, Chico César, Geraldo Azevedo, Fernanda Takai, Francisco El Hombre e Luê, Johnny Hooker, Lirinha, Marcelo Jeneci, Odair José, Otto, Paulo Miklos, Tulipa Ruiz e Thalma de Freitas. Por volta das 20h55, um imprevisto quase comprometeu o fim da apresentação. Uma pane provocou o corte de som por cerca de dez minutos.

Depois ocorreu o show Amanhã vai ser outro dia, com direção musical de Itamar Assiere. A apresentação, que começou com cerca de 20 minutos de atraso, reuniu Aline Calixto, Fernanda Abreu, Jards Macalé, Maria Rita, Martinho da Vila, Paula Lima, Leoni, Renegado, Rogéria Holtz, Teresa Cristina, Romero Ferro, Zélia Duncan e Delacruz. (Com Wellton Máximo –Agência Brasil)

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