TV Cultura divulga a nova minissérie: 'Independências'
Com grande elenco, estréia será no dia 7 de setembro, com dezesseis episódios que vão até o fim do ano em capítulos semanais
PUBLICAÇÃO
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
Com grande elenco, estréia será no dia 7 de setembro, com dezesseis episódios que vão até o fim do ano em capítulos semanais
Reportagem local

Contar a história do Grito do Ipiranga de forma realista e menos romantizada é o objetivo da minissérie "Independências" que estreia no dia 7 de setembro na TV Cultura. A minissérie dirigida por Luiz Fernando Carvalho, que também assina o texto final, terá episódios, exibidos semanalmente até o fim do ano.
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A ideia do projeto surgiu na emissora a partir de pesquisa inicial realizada pelo jornalista José Antonio Severo. A minissérie foi desenvolvida por Luiz Fernando em parceria com o dramaturgo Luís Alberto de Abreu, com quem o diretor já realizou ‘Hoje é dia de Maria’, ‘Capitu’, ‘A Pedra do Reino’, entre outras. O projeto foi escrito por Luis Alberto, com roteiro de Paulo Garfunkel, Alex Moletta e Melina Dalboni. A Equipe de colaboradores foi composta por Kaká Werá Djecupé, Ynaê Lopes dos Santos, Cidinha da Silva e Tiganá Santana. A tradução para o Kimbundu ficou a cargo do Professor Niyi Monanzambi (UFBA).
"Sempre acreditei na função das TVs abertas, especialmente a TV Cultura, que são concessões públicas, veículos fundamentais e de imensa responsabilidade, capazes de abraçar uma missão maior, que é a de não se restringirem simplesmente a seduzir telespectadores, mas, sim, caminhando de mãos dadas com educação, contribuírem na formação dos cidadãos”, conta Luiz Fernando Carvalho, cujo currículo reúne mais de 35 anos de uma carreira repleta de êxitos na televisão aberta e no cinema.

A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA
O projeto partiu da necessidade de se recontar o Brasil através de uma releitura que se convencionou chamar de Nova historiografia. A ideia central de Luiz Fernando Carvalho é reivindicar a participação de um enorme conjunto de saberes, culturas, subjetividades e personagens que foram postos à margem ou que, violentamente, foram apagados pela história oficial.
Entre estes desmoronamentos históricos, observa-se a importância do protagonismo feminino na Independência do Brasil, como o da própria Leopoldina, artificie central no processo da Independência. Surgem figuras como Maria Felipa, cuja participação foi referencial na luta pela independência da Bahia, e o Padre José Maurício, maestro negro da Corte Imperial, mas ausente dos registros tradicionais.
Na visão do diretor, a minissérie oferecerá aos telespectadores de todo o país, a consciência de acontecimentos e personagens reais que até então se encontravam submersos, escondidos pelo manto de uma didática tida como versão absoluta pela visão eurocêntrica.
Através de uma fabulação de vozes múltiplas, a ideia é avistar um país nascido sob o signo da pluralidade.

INDEPENDÊNCIA OU GOLPE?
O desejo de falar sobre o Brasil do século XIX acompanha a criação de Luiz Fernando Carvalho há tempos. Ele já tratou da época em ‘Os Maias’ e ‘Capitu’ (TV Globo), mas enquanto a primeira se passava em Portugal, a segunda apresentava um conflito intimista. Desde então, o diretor buscava falar sobre esses primeiros anos de um século tão fundamental para entender o Brasil de agora.
‘Eu talvez possa afirmar que se trata de um trabalho atual, não de época. Nosso presente está repleto de passado. Me parece fundamental fazermos essa ponte entre nossas fundações e os desdobramentos que ocorreram nos séculos seguintes. O século XIX foi um período estrutural, iniciando avanços e tragédias com as quais lidamos até hoje. A história do Brasil sempre nos foi contada de forma romantizada, quando, na verdade, é trágica, bárbara, marcada por golpes e genocídios que precisam ser iluminados. Através de meus trabalhos, sempre me pergunto: Que país é esse? Agora se faz necessária a atualização dessa interrogação’, afirma o diretor, que aponta para o uso de informações atuais no roteiro. É o caso do envenenamento de Dom João VI, que só foi confirmado no início dos anos 2000, após a exumação de seu cadáver. É um fato que altera a história oficial e que vai impactar diretamente na ‘nova dramaturgia histórica’ proposta pela minissérie.
"Nos tempos de hoje, quando a linguagem internacionalizada dos streamings se torna cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, o convite da TV Cultura é um enorme desafio: refazer o diálogo entre entretenimento e educação. Não vejo como poderia um diretor realizar seu trabalho sem sentir a necessidade de enfrentar os desafios éticos e estéticos do seu tempo", conclui o diretor.
A nova minissérie conta com atores de peso no elenco: Antonio Fagundes, Daniel de Oliveira, Louisa Sexton, Isabél Zuaa, Ilana Kaplan, Gabriel Leone, André Frateschi, Cassio Scapin, Carol Badra, Katia Daher, Zahy Guajajara, Mauro Schames, Celso Frateschi, Plínio Soares, Wilson Rabello, Fernando Neves, Flávio Tolezani, Sergio Silviero, Zé Renato Forner, Alli Willow, Rodolfo Vaz, Ermi Panzo, Rafael Cortez, Bruna Miglioranza, Odilon Esteves, Sergio Mastropasqua, Fernando Nitsch, Luís Mármora, Marcelo Andrade, Dani Ornellas, Rogério Brito, Tay Lopes, Darcio de Oliveira, Marcelo Diaz, Juliana Sanches e Liz Baskerville. Atrizes especialmente convidadas: Walderez de Barros, Maria Fernanda Candido, Jussara Freire, Lea Garcia, Fafá de Belém e Margareth Menezes.
(Com assessoria de imprensa)
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